Planos E Projetos Da Mb

RESPOSTAS À REVISTA TECNOLOGIA E DEFESA PELO COORDENADOR DO PROGRAMA DE REAPARELHAMENTO DA MB Contra-Almirante Antonio Carlos Frade Carneiro


1 – Durante a LAAD houve comentários referentes á possibilidade de obtenção de mais um submarino da classe Tikuna. Qual a previsão do início da construção e o nome do novo navio?

Resposta: Na verdade, não está prevista a obtenção de mais um submarino classe Tikuna. O que foi efetivamente divulgado durante a LAAD foi intenção de a MB obter, dentro de seu Programa de Reaparelhamento de Meios (PRM), um novo submarino, a ser construído no AMRJ, de acordo com algum projeto já existente. Nesse sentido, desde 2003, a MB vem negociando com representantes da HDW, pertencente ao grupo alemão Thyssen, e da ARMARIS, hoje DCNS, francesa. No primeiro caso, trata-se do projeto do IKL-214, enquanto no segundo, do projeto do Scorpène.
Ambos atendem aos requisitos estabelecidos pela MB, havendo, em princípio, conveniência logística em favor do IKL-214, uma vez que já existem cinco submarinos de projeto IKL, no Brasil. Entretanto, a decisão entre um e outro ainda depende de aprovação governamental, inclusive do pertinente financiamento externo, para aquisição do pacote de materiais necessários à construção.
Em face do exposto, ainda não há uma data de início da construção, apesar de que o desejável era que se iniciasse já em 2007. Quanto ao nome do submarino, até o momento, não foi definido.


2 – Em relação ao Programa de Modernização dos submarinos da classe Tupi (MODSUB), o cronograma original será mantido ou haverá algum reajuste?

Resposta: a previsão inicial da MB era a de completar o programa de modernização de todos os submarinos, - não apenas dos classe Tupi -, até 2017, uma vez que, naquele ano os equipamentos instalados no Tikuna já terão completado suas respectivas vidas úteis, que têm como início de contagem o ano 2000. Até o momento, o cronograma original está mantido, particularmente porque, em se tratando de um programa de longo prazo e dependente de orçamento, o planejamento levou tais realidades na devida conta e cuidou de garantir a necessária flexibilidade.


3 – Quantos submarinos estão previstos no PRM?

Resposta: De acordo com o PRM, está prevista a construção de três novos submarinos, em seqüência, até 2025, de modo a assegurar a reposição de meios, em face da inexorabilidade das baixas de alguns dos atualmente existentes.

4 - Entre os anos de 2014 e 2020 as fragatas das classes Niterói e Greenhalgh serão retiradas de serviço. Quais os planos para suas substituições. Existe uma definição quanto à tonelagem mínima e o tipo de navio que as sucederão?

Resposta: O PRM prevê, para esse período, a obtenção, por construção, de oito novos escoltas, a fim de permitir a reposição dos que deverão ser retirados do serviço ativo. Os navios serão de múltiplo emprego, capazes de executar todas as tarefas típicas dos escoltas. Entretanto, como ainda não foram elaborados seus respectivos “Requisitos de Estado Maior” (REM), - documento que detalha as tarefas a serem cumpridas pelo meio a ser obtido -, e “Requisitos de Alto Nível de Sistemas” (RANS), - documento que define as características que um meio deve possuir para atender aos requisitos estabelecidos REM -, não estão definidos seus valores de deslocamento.

5 - A Marinha vislumbra parceria com outros países para a construção dos novos navios escolta?

Resposta: De acordo com o PRM elaborado para o período de 2006 a 2025 está prevista a construção, no primeiro decênio, de três escoltas com projeto desenvolvido pelo Centro de Projeto de Navios (CPN), inicialmente, sem previsão de parcerias com outros países.

6 - Existe a possibilidade de construção de pelo menos mais uma corveta da classe Barroso, no espaço de tempo necessário ao inicio da construção da nova classe de navios escolta, mantendo assim a ocupação da mão de obra altamente qualificada existente no AMRJ além de obtenção da respectiva economia de escala?

Resposta: Não há, no PRM, previsão de construção de uma 2ª Corveta da classe "Barroso". Entretanto, após sua incorporação à Esquadra, prevista para ocorrer em dezembro de 2008, o navio será submetido a uma avaliação operacional, com vistas à obtenção de seus dados reais de desempenho. Em função dos resultados alcançados, alguns de seus parâmetros e características poderão ser empregados no projeto dos novos escoltas.

7 - Quais os planos, no momento, relativos à compra de oportunidade de navios escolta para suprirem a lacuna deixada pela baixa dos contratorpedeiros da classe P e da fragata Dodsworth. Existe a possibilidade de serem adquiridos navios alemães ou ingleses?

Resposta: A obtenção de oito escoltas, por construção, conforme citado na resposta à questão de número 5, a incorporação à Esquadra, em 2008, da Corveta Barroso e o início da modernização das corvetas classe Inhaúma e das fragatas classe Greenhalgh suprirão as lacunas deixadas pelas baixas dos contratorpedeiros classe P e da Fragata Dodsworth. No momento, não há qualquer previsão de aquisição por oportunidade de navios escolta. Entretanto, se houver atraso na aprovação do PRM, é possível que se venha a considerar esse tipo de obtenção, particularmente na hipótese de haver necessidade de retirada imprevista de escoltas do serviço ativo, antes que se tenha iniciado o respectivo programa de construção. Quanto às quais marinhas, - se fosse o caso -, poderiam fornecer, dependerá da disponibilidade e da conveniência oportunas.

8 – O Senhor pode comentar o que esta previsto nos Programas de Modernização das corvetas classe Inhaúma e das fragatas classe Greenhalgh. Qual o cronograma para a realização destas modernizações?

Resposta: O cronograma de modernização/revitalização previsto para ser implementado em duas fragatas classe Greenhalgh e quatro corvetas classe Inhaúma está programado para a moldura temporal de 2007 a 2010. Consistirá basicamente na revitalização, substituição e modernização de sensores e equipamentos abrangendo os sistemas de armamento, de comunicações e de máquinas propulsoras e auxiliares.


9 - Em relação ao navio patrulha oceânico de 1.100 toneladas, a Marinha já chegou a alguma definição quanto ao projeto. Quantos navios estão previstos no PRM?

Resposta: No momento, encontra-se em revisão o documento “Requisitos de Estado-Maior” referente ao navio patrulha de 1.100 toneladas. Após essa fase, serão elaborados os respectivos “Requisitos de Alto Nível de Sistemas” e, ao término desse processo, é que o projeto estará plenamente definido. Há previsão de construção de cinco desses navios, quem em face do maior deslocamento, terão capacidade de efetuar patrulha em toda Zona Econômica Exclusiva, até seu limite exterior.

10 - Quantos navios patrulha de 500 toneladas estão previstos no PRM. Existe a possibilidade de serem construídos outros exemplares da bem sucedida classe Grajaú e novos rebocadores de alto mar?

Resposta: Está prevista a construção de quatro Navios-Patrulha de 500 toneladas, sendo que dois já estão em construção no Estaleiro Inace. Não há previsão de obtenção de novos exemplares da Classe Grajaú. Quanto aos rebocadores de alto-mar, deverão ser adquiridas seis unidades, além de modernizadas as cinco existentes.

11 - Em relação a navios de emprego fluvial, o que esta previsto no PRM. Projetos de êxito como os das classes Oswaldo Cruz, Pedro Teixeira e Roraima serão aproveitados, naturalmente com alguma atualização?

Resposta: Para esses navios, concebidos nos anos 1970/80, o PRM prevê a construção de quinze unidades, a serem distribuídas entre as Regiões Amazônica e do Pantanal. Somente após o estabelecimento dos Requisitos de Estado-Maior e dos Requisitos de Alto Nível de Sistemas, será possível verificar quais características poderão ser aproveitadas nos novos projetos.





12 - Recentemente ocorreram comentários que os NaPa classe Piratini seriam substituídos por uma nova classe, baseada em projeto norte-americano, de 100 toneladas. Existe de fato fundamento nesta noticia?

Resposta: Realmente, a Marinha identificou a necessidade de substituir essa classe de navios, em virtude de estarem chegando ao limite de suas vidas úteis. Foram concluídos os estudos relativos aos Requisitos de Alto Nível de Sistemas e, atualmente, o Centro de Projetos de Navios está estudando as possíveis configurações, não estando, até o momento, escolhido seu projeto básico.



13 - Apesar da manutenção acurada recebida pelos NDD Ceará e Rio de Janeiro, estes meios já estão com cerca de 50 anos de idade. A Marinha já tem planos para suas substituições. Seriam navios, por exemplo, da classe Austin, norte-americanos?

Resposta: A Marinha estuda, para realização ainda neste ano, a modernização do NDD Ceará. O PRM prevê, para 2009, a obtenção por oportunidade, preferencialmente, de um NDCC, podendo ser um NDD, em caso de indisponibilidade do primeiro; e, para 2014 e 2016, a obtenção, também por oportunidade, de dois NDD, um em cada ano.

14 - O navio tanque Marajó apesar da idade tem sido imprescindível na tarefa de TOM com o NAe São Paulo. Quais os planos para a sua substituição? Existe a possibilidade em médio prazo de ser construído uma segunda unidade da classe Gastão Motta?

Resposta: Conforme previsto no PRM 2006-2025, a Marinha prossegue na realização de estudos e levantamentos visando obtenção, por oportunidade, de um navio que satisfaça aos requisitos existentes para esta classe. Existe ainda a possibilidade de se obter projeto que possibilitasse a construção do novo meio.

15 - Qual a atual situação do projeto do Navio Transporte de Apoio (NTrAp) que esta aguardando financiamento da SUNAMAM. Quantas unidades estão previstas e quais as características básicas desta classe?

Resposta: O PRM prevê a construção de um NTrAp, no período de 2016 a 2020, através de projeto desenvolvido pelo CPN.
O navio terá 152 m. de comprimento e 5,3 m. de calado, deslocando 9070 toneladas. Na velocidade de 18 nós (econômica). Terá capacidade de transportar 790 militares, incluindo a tripulação e a tropa embarcada, além de carga e veículos anfíbios. Para embarque e desembarque do material, possuirá duas rampas situadas, uma na proa e uma lateral. Possuirá, ainda, hangar e convés de vôo, podendo operar com os helicópteros atualmente existentes na MB. Quanto ao financiamento pelo Fundo da Marinha Mercante, a MB está providenciando a alteração do escopo do financiamento para a construção de novos navios patrulha para operarem na Zona Econômica Exclusiva.

16 - Nos últimos anos ocorreu uma redução sensível nos meios da DHN. Quais os navios previstos no PRM para preencher as lacunas existentes?

Resposta: Para o atendimento das necessidades da DHN, o PRM prevê a aquisição de doze navios, até 2025, e a modernização de outros cinco.


17 - Existem planos para substituir ou complementar o navio de apoio oceanográfico por um navio do tipo quebra gelo dotado de hangar protegido?

Resposta: O PRM prevê a construção, a partir de 2017, de outro navio capaz de executar todas as tarefas atribuídas ao Navio de Apoio Oceanográfico Ary Rongel. Os requisitos desse futuro meio ainda não foram definidos.

18 - Existe previsão de compras de oportunidade de navios do tipo caça minas para substituir ou complementar os navios varredores da classe Aratu. Qual seria a origem destes navios?

Resposta: Está prevista a substituição de três navios varredores, em 2016, e de outros três, em 2017. Prevê-se a obtenção por oportunidade.

19 - Quais são os planos da Marinha em relação à substituição do NAe São Paulo?

Resposta: O PRM prevê que o navio seja substituído entre os anos de 2017 e 2020, por um NAe com características semelhantes. O Almirantado determinou que estudos fossem feitos de modo a subsidiar a revisão do PRM, em 2013, a fim de definir se essa substituição deve ocorrer por aquisição de oportunidade ou por construção.
Vale ressaltar que, para permitir pleno emprego do NAe São Paulo, até que seja substituído, serão implementadas modernizações em diversos sistemas – comando e controle, comunicações, aviação, entre outros, além da realização das manutenções rotineiras previstas, nos períodos programados.



PROGRAMA DE REAPARELHAMENTO DA MARINHA 2006-2025
(RESUMO - MEIOS NAVAIS)



1) Navios Novos:

1 Navio Aeródromo
1 Navio Transporte de Apoio
3 Submarinos
8 Fragatas multiproposito

4 NaPa 400 ton
5 NaPa 1.100 ton
6 NaPa 600 ton
6 Rebocadores de alto mar

12 Navios para a DHN
15 Navios de emprego fluvial


2) Compras de oportunidade:

1 Navio tanque de Esquadra
3 NDCC/NDD
6 Navios de contra minagem


3) Modernizações:

1 NDD
2 Fragatas
4 Corvetas
5 Submarinos
5 Rebocadores de alto mar
5 Navios da DHN
 
Esto no quiero que se tome como una critica de mala leche, pero la MB siempre se caracterizó por pensar y actuar a lo grande y la verdad que sin perjuicio de la necesaria visión de futuro (atada al deseo de pais grande que ya es y aspiraciones que como Estado tiene Brasil), nunca fue acompañada con el debido presupuesto, quedando relegada a una incomoda realidad con un tamaño que excede lo que puede mantener y medios no siempre del todo modernos. Esperemos que esto cambie y esa visión de futuro grande (creo que acertada) se concrete debidamente.
Saludos.
 
Dundia dijo:
Esto no quiero que se tome como una critica de mala leche, pero la MB siempre se caracterizó por pensar y actuar a lo grande y la verdad que sin perjuicio de la necesaria visión de futuro (atada al deseo de pais grande que ya es y aspiraciones que como Estado tiene Brasil), nunca fue acompañada con el debido presupuesto, quedando relegada a una incomoda realidad con un tamaño que excede lo que puede mantener y medios no siempre del todo modernos. Esperemos que esto cambie y esa visión de futuro grande (creo que acertada) se concrete debidamente.
Saludos.

100% de acuerdo!
 
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