Azul oferece à Embraer um assento na primeira classe

David Neeleman enxerga na Embraer bem mais do que uma fornecedora de aeronaves. O empresário norte-americano está tentando cooptar a indústria de São José dos Campos para o capital da Azul. Já teriam ocorrido três reuniões entre Neeleman e executivos da Embraer. A proposta envolve a venda gradativa de 15% das ações da companhia aérea ao longo dos próximos dois anos. A investida sobre a Embraer é mais um passo na estratégia de Neeleman de rechear o capital da Azul com investidores de pedigree, o que não deixa de ser uma forma de conferir mais credibilidade à empreitada. Já fazem parte deste vôo sócios do naipe de Julio Bozano, Armínio Fraga e Goldman Sachs.

Mas por que cargas d'água a Embraer, que nunca se associou diretamente a companhias de aviação, faria um looping estratégico, aterrissando na Azul? David Neeleman acredita ter uma isca razoável na mão. O empresário tem planos de montar outras companhias de aviação regional na América Latina, especialmente na Argentina e em países andinos. Ele assegurou à direção da Embraer cadeira cativa no fornecimento de aeronaves para suas futuras empresas.
Dentro da Embraer, o salto de fornecedor para sócio é visto com reservas, sobretudo diante do risco que envolve a criação da Azul. Ainda assim, a promessa de reserva de mercado feita por Neeleman é considerada atrativa. Em tempo: não é a primeira vez que a Embraer ensaia se associar a uma empresa aérea, prática mais comum entre seus concorrentes internacionais.

Durante o primeiro mandato de Lula, o governo chegou a costurar a participação da fabricante de aeronaves no projeto de fusão entre a Varig e a TAM.

Posteriormente, uma negociação similar envolvendo a Gol começou a taxiar na pista, mas os flaps foram rapidamente recolhidos.


DEFESA@NET
Sob a administração de Maurício Botelho, a EMBRAER, sempre manteve a firme posição de estar afastada do financiamento a clientes. Mesmo após o 11 de Setembro e a difícil decolagem do Programa EMB170/190.
A mistura de agente financeiro com desenvolvimento e produção de aeronaves levou à falência da empresa holandesa Fokker e ao encerramento da produção de aeronaves comerciais pela British Aerospace (BAE Systems). Fato sempre lembrado por Botelho quando esse assunto lhe era perguntado.

A posição da nova atual administração, liderada por Frederico Curado, estreitamente ligada aos interesses do Palácio do Planalto, pode reverter esta posição histórica da EMBRAER.

http://www.defesanet.com.br/emb1/azul.htm
 
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