O Ministério da Defesa norueguês entrou com uma ação judicial contra a NH Industries (NHI), um consórcio formado pela Airbus, Leonardo e Fokker, buscando € 2,8 bilhões em indenização pelo fracassado programa de helicópteros NH90. O valor reivindicado representa um aumento substancial em relação à demanda inicial de 2022, quando Oslo solicitou € 500 milhões. O valor agora inclui não apenas o custo de aquisição original, mas também os custos operacionais acumulados e a substituição da frota por helicópteros americanos.

Em 2001, a Noruega assinou um contrato para 14 helicópteros NH90, destinados à Guarda Costeira e à Marinha Real Britânica para a execução de missões de guerra antissubmarino. As entregas estavam programadas para serem concluídas entre 2005 e 2008, mas, após mais de duas décadas, apenas oito unidades foram entregues em condições operacionais, com disponibilidade muito abaixo do nível necessário: 700 horas de voo por ano, em comparação com as 3.900 planejadas.

Em junho de 2022, o governo norueguês anunciou a rescisão total do contrato, devolvendo os helicópteros e exigindo o reembolso dos fundos investidos. O então Ministro da Defesa, Bjørn Arild Gram, declarou que “não importa quantas horas nossos técnicos trabalhem e quantas peças encomendemos, nunca seremos capazes de tornar o NH90 capaz de atender às necessidades das Forças Armadas Norueguesas”.

Após o cancelamento, a Noruega iniciou um processo para preencher a lacuna de capacidades. Em março de 2023, o Ministério da Defesa confirmou a compra de seis helicópteros MH-60R Seahawk dos Estados Unidos, em um acordo que inclui suporte logístico e treinamento. As primeiras entregas estão previstas para 2025, com implantação na Base Aérea de Bardufoss, no norte do país.

A falha do NH90 na Noruega não é um incidente isolado. Outros países, como Austrália, Suécia e Bélgica, também decidiram aposentar ou cancelar suas frotas devido a problemas de disponibilidade, custos de manutenção e atrasos crônicos. O processo norueguês, no valor de 33 bilhões de coroas norueguesas (2,83 bilhões de euros), representa um desafio jurídico e financeiro significativo para o NHI, equivalente a cerca de 20% da receita anual da Leonardo ou da divisão de defesa da Airbus.

*Fotografias utilizadas para fins ilustrativos.

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