Em uma apresentação ao Congresso na terça-feira, autoridades da Marinha dos EUA disseram que a construção do primeiro dos novos submarinos de mísseis balísticos da classe Columbia está enfrentando atrasos significativos, estimados em não menos que 12 a 18 meses de atraso em relação ao cronograma original. Este é um dos programas mais importantes atualmente em andamento na instituição, considerando que esses submarinos substituirão os atuais submarinos da classe Ohio, um dos pilares da capacidade de dissuasão nuclear dos EUA.
Especificamente, a notícia foi anunciada pelo Contra-Almirante Todd Weeks, que atua como diretor executivo do programa de submarinos estratégicos da Marinha dos EUA. De acordo com suas declarações, o submarino líder da classe, o USS District of Columbia (SSBN-826), não deve ser entregue antes de 2029, segundo estimativas atuais. Os exemplos posteriores, o USS Wisconsin (SSBN-827) e o USS Groton (SSBN-828), manteriam datas de entrega próximas às inicialmente planejadas; ou seja, em 2032 e 2034.

Vale lembrar neste ponto que a construção do primeiro submarino da classe Columbia, pela General Dynamics Electric Boat (GDEB), começou em 2022, dando forma física a um projeto que estava em desenvolvimento desde 2007. A Marinha dos EUA planeja incorporar um total de 12 unidades desse tipo, cada uma capaz de transportar até 16 mísseis balísticos Trident D5. Além disso, cabe destacar que as dimensões previstas para o submarino fazem dele o maior já construído para a instituição, com 560 pés de comprimento e um deslocamento de 20.810 toneladas.
Um projeto dessa magnitude, envolvendo mais de 3.000 fornecedores, ainda assim carrega consigo a possibilidade sempre presente de enfrentar atrasos na cadeia de produção. Já em março de 2024, a mídia especializada norte-americana noticiou os atrasos que o primeiro submarino da classe Columbia enfrentava em seu processo de construção, principalmente com sua seção de proa fabricada pela Newport News Shipbuilding da HII, e também com suas turbinas a vapor produzidas pela Northrop Grumman. A seção de popa, por sua vez, foi entregue à GDEB em janeiro de 2024.

Por fim, vale ressaltar que, à medida que essa notícia se torna pública, a Marinha dos EUA está trabalhando para otimizar os processos de construção naval por meio de seu novo escritório, anunciado no mês passado. Resumindo, o Pentágono está trabalhando na elaboração de uma nova Lei de Autorização de Defesa Nacional para o ano fiscal de 2026, que deverá ultrapassar US$ 1 trilhão pela primeira vez na história. Isso poderia dar um impulso significativo à capacidade da indústria naval dos EUA de normalizar os prazos de entrega de seus projetos em andamento, embora isso também esteja vinculado a uma maior supervisão do Congresso dos EUA, especialmente devido à recente publicação de um relatório crítico sobre o assunto pelo Government Accountability Office.
*Imagens utilizadas para fins ilustrativos
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