Após a recente divulgação de imagens nas redes sociais, foi registrado o primeiro voo de teste de um caça furtivo J-20A da Força Aérea da China, equipado com o novo motor WS-15. Esses motores têm como objetivo substituir os motores WS-10 que anteriormente equipavam essa variante da aeronave. As imagens deste evento surgem mais de dois anos depois de fontes oficiais terem declarado que o motor já estava em fase de produção. Se essa produção prosseguir, representará um salto significativo nas capacidades da plataforma e um marco para a indústria aeroespacial chinesa.

Vale ressaltar que o desenvolvimento dos motores WS-15 está em andamento desde a década de 1990, quando foi desenvolvido simultaneamente ao projeto dos próprios caças J-20, a atual espinha dorsal das capacidades furtivas da China. Este é o que tem sido repetidamente chamado de “calcanhar de Aquiles” da indústria aeronáutica do país, visto que vários obstáculos técnicos e consequentes atrasos levaram à implementação inicial dos motores russos Saturn AL-31 na plataforma, com os motores WS-10 mencionados anteriormente sendo adicionados durante a fase de produção em série. No entanto, este projeto foi originalmente concebido para os caças J-10 da Força Aérea Chinesa e está muito aquém do desempenho desejado para o caça furtivo em questão.

Este último ponto é significativo, considerando que, embora muitos aspectos técnicos dos novos motores WS-15 ainda sejam desconhecidos, o principal objetivo por trás de seu desenvolvimento é igualar seu desempenho ao dos motores F119 encontrados nos F-22 americanos, considerados os caças de superioridade aérea mais capazes do mundo. Seguindo essa lógica, o WS-10 era insuficiente em termos de velocidade, aceleração e capacidade de supercruzeiro, bem como em sua capacidade de gerar potência suficiente para alimentar os futuros desenvolvimentos que seriam incorporados ao J-20.

Como exemplo ilustrativo, vale lembrar que os dados preliminares dos protótipos do WS-15 indicavam uma capacidade de até 36.000 libras de empuxo, com projeções apontando para uma meta de 40.000 libras. Quando comparado ao próprio WS-10, cuja capacidade é de cerca de 32.000 libras, a diferença é inegavelmente perceptível. Os motores F119 mencionados anteriormente, por sua vez, fornecem um empuxo de cerca de 35.000 libras, de acordo com detalhes fornecidos pelo fabricante americano Pratt & Whitney.

Por outro lado, olhando além dos aspectos estritamente técnicos, vale ressaltar que o progresso demonstrado neste primeiro voo de teste registrado representa mais um passo na consolidação das capacidades industriais nacionais e, consequentemente, na conquista de maior autonomia estratégica para o futuro. Como apontaram diversos analistas, o desenvolvimento de motores desse tipo era, até então, uma das vantagens que o Ocidente ainda mantinha sobre Pequim no médio prazo, o que demonstra o rápido progresso da indústria chinesa.

Finalmente, é igualmente importante destacar que a incorporação dos novos motores WS-15 não é a única melhoria feita na plataforma J-20 para ampliar suas capacidades de combate. Entre as mudanças conhecidas estão o redesenho do radome, bem como o aumento do espaço na fuselagem da aeronave, o que pode indicar maior capacidade de armazenamento de combustível ou espaço para novos sistemas aviônicos; além disso, a cabine de pilotagem, posicionada mais acima, também foi observada em imagens anteriores.

*Créditos da imagem de capa aos seus respectivos proprietários

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