Ao longo de mais de três anos de conflito, as Forças Armadas da Ucrânia receberam uma imensa quantidade de equipamentos militares de fabricação ocidental. Tanques, sistemas de defesa aérea, diversos tipos de munições e aeronaves de combate são apenas alguns dos sistemas transferidos. No entanto, o país não abandonou o desenvolvimento e a produção de equipamentos de produção nacional, buscando maior autonomia em seu uso. Este último aspecto provavelmente se aplicará a um novo projeto no qual os caças MiG-29, o principal carro-chefe da Força Aérea da Ucrânia, estão sendo equipados com uma nova bomba planadora que, como mostram as imagens, apresenta semelhanças significativas com os kits UMPK de fabricação russa.

Há alguns dias, uma série de imagens e vídeos viralizou nas redes sociais, mostrando o voo de um MiG-29 ucraniano carregando uma bomba incomum sob as asas. A bomba, que, segundo observações, se acreditava ser uma bomba de queda livre de 500 quilos, estava equipada com o que parecia ser um kit de orientação desconhecido, tornando-a efetivamente uma das bombas planadoras mais conhecidas.

Isso não é pouca coisa, pois equipar a bomba de queda livre com esse tipo de kit (tendo os kits JDAM americanos como equivalente ocidental) permite que aeronaves de ataque, como os Sukhoi Su-34 das Forças Aeroespaciais Ucranianas (VKS), realizem ataques diretos ou indiretos contra alvos terrestres a distâncias maiores e com maiores margens de segurança. Isso é especialmente relevante considerando o disputado espaço aéreo do Teatro de Operações Ucraniano, saturado de sistemas de defesa aérea de todos os alcances e tipos.
Ao mesmo tempo, não se deve ignorar que seu baixo custo, em comparação com outras armas de ataque à distância, permite que estas sejam reservadas para alvos de maior valor tático e estratégico, enquanto bombas planadoras mais baratas são utilizadas em maior número durante as operações diárias. Nesse sentido, de acordo com dados oficiais do Ministério da Defesa da Ucrânia, as Forças Aeroespaciais Ucranianas utilizaram um total de 4.390 bombas guiadas em agosto passado, presumivelmente com kits UMPK, número superior ao registrado no mesmo mês de 2024, quando foram contabilizadas 3.786.




Assim, após o desempenho observado pelas forças ucranianas com este tipo de kit, um programa de desenvolvimento teria sido iniciado para avançar na produção de um modelo similar, cuja designação oficial ainda é desconhecida.
Antes da viralização das novas imagens do MiG-29, relatos sobre este desenvolvimento circulavam há meses, mas utilizando a aeronave de ataque Sukhoi Su-24 Fencer como plataforma.
Em relação às capacidades promovidas por fontes ucranianas, observa-se que uma bomba equipada com o kit teria um alcance estimado de 60 quilômetros, com refinamentos buscando estendê-lo para 80 quilômetros. Isso superaria o UMPK russo, que tem um alcance de 70 quilômetros. No entanto, isso pode variar dependendo da plataforma de lançamento utilizada.
Finalmente, apesar do fornecimento de bombas como a JDAM-ER, a SDB e a francesa AASM Hammer, não se deve descartar a possibilidade de que esse desenvolvimento possa ser adaptado para uso por caças ocidentais como o F-16 e o Mirage 2000-5, bem como outras aeronaves de ataque de origem soviética em serviço na Força Aérea Ucraniana, como o Sukhoi Su-25.
*Foto da capa usada para fins ilustrativos.
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