Nos momentos em que o caça F-35 tem recebido rejeições de países como Espanha e Índia devido a disputas comerciais com os Estados Unidos, o Canadá pode dar novo impulso à plataforma fabricada pela Lockheed Martin, já que sua mais recente revisão de defesa defende os planos de avançar na compra de até 88 novos caças furtivos para equipar sua Força Aérea. Dessa forma, parecem superadas as dúvidas surgidas em março deste ano, quando Ottawa iniciou sua própria reconsideração sobre a aquisição — oficializada em 2023 — como reação à polêmica política externa do presidente Donald Trump.

A novidade foi reportada pela Reuters, que consultou dois funcionários canadenses em condição de anonimato, considerando tratar-se de um programa de grande relevância, cujo futuro dependerá da decisão do atual governo liderado por Mark Carney. De acordo com o relatório, a apresentação em defesa do F-35 não estabelece uma recomendação formal para avançar com a compra, mas sim descarta possíveis tentativas de reduzir ou dividir em etapas o número de aeronaves a ser adquiridas.
Nesse sentido, vale lembrar que o Canadá já se comprometeu legalmente a obter os fundos necessários para a chegada dos primeiros 16 caças furtivos F-35, enquanto as 72 aeronaves restantes ainda estavam sob escrutínio do governo canadense. Trata-se de um ponto importante, ainda mais considerando que o primeiro-ministro Carney começou sua campanha prometendo resistir às pressões tarifárias de seu aliado americano, bem como criticando a forte dependência do país em relação a Washington para sustentar suas capacidades de defesa — retórica que tem se moderado com o passar do tempo.

A esses fatores soma-se também um elemento enfrentado por outros programas militares dos EUA, ou seja, o aumento dos custos. Seguindo essa lógica, vale lembrar que o acordo fechado no início de 2023 previa um investimento próximo de 14 bilhões de dólares para concretizar a compra dos caças de quinta geração; mas, conforme relatórios recentes dos órgãos de controle canadenses, esse valor teria aumentado até 45 % em relação ao previsto inicialmente — além de enfrentar também um problema com a escassez de pilotos disponíveis.
Até o momento, a pasta de Defesa do Canadá se mostrou clara quanto ao interesse em avançar com a aquisição das novas aeronaves para renovar sua aviação de caça. Conforme declarou o gabinete do ministro David McGuinty: “Em todas as decisões relacionadas à aquisição de defesa, nosso governo priorizará a defesa do Canadá e sua soberania, apoiando ao mesmo tempo a indústria canadense sempre que possível. Estamos comprometidos em adquirir o que a Força Aérea precisa, ao mesmo tempo garantindo benefícios econômicos para os canadenses e o uso responsável do dinheiro dos contribuintes.”
*Imagens utilizadas apenas para fins ilustrativos
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