Ao longo do último ano, a Força Aérea dos EUA enfrentou diversos desafios para manter suas frotas de aeronaves com um alto grau de disponibilidade operacional, atingindo os índices mais baixos em duas décadas. Em termos percentuais, o “índice médio de capacidade de missão” das plataformas da instituição alcançou apenas 67,15% durante o ano fiscal de 2024, uma queda de quase dois pontos em relação aos dados do período anterior, representando o valor mais baixo desde 2004.

Antes de analisar os valores específicos das aeronaves mais importantes, é essencial destacar que essa métrica expressa a capacidade de uma plataforma de realizar pelo menos uma de suas missões principais estipuladas nos planejamentos da USAF (como guerra eletrônica ou ataque terrestre). As medições mais recentes também levam em conta fatores como a disponibilidade de pessoal de manutenção e peças de reposição, além do nível de treinamento das tripulações. Além disso, são consideradas diferenças entre as frotas implantadas no exterior, que normalmente apresentam pontuações mais altas.

Os relatórios indicam que a Força Aérea dos EUA operou um total de 65 tipos diferentes de aeronaves durante o ano fiscal de 2024, sendo que 29 delas apresentaram uma queda em seus respectivos índices médios de capacidade de missão. Especificamente, as aeronaves com menor disponibilidade operacional foram os modelos CV-22 Osprey, um dado que não surpreende devido ao histórico de falhas técnicas que resultaram em severas restrições às suas operações.

Por outro lado, a instituição revelou que, das 65 variantes de aeronaves, 26 conseguiram melhorar seus índices em relação ao período anterior. Entre elas, destaca-se que quatro atingiram 100% de disponibilidade operacional: C-12, C-21, MC-12 e UV-18. Vale lembrar que, tradicionalmente, valores acima de 70% são considerados aceitáveis, marca que a média geral das plataformas avaliadas não conseguiu alcançar.

Analisando os números das aeronaves mais relevantes da USAF, os caças furtivos F-22 e F-35 chamam a atenção. Segundo dados oficiais, a disponibilidade operacional dos F-22 caiu drasticamente de 57,4% há dois anos para apenas 40,2% nos relatórios mais recentes. Especialistas da mídia local atribuem essa queda principalmente à proibição do Congresso dos EUA de permitir que a USAF aposente suas unidades mais antigas até 2028, aeronaves extremamente caras de manter. Já os F-35 Lightning II tiveram um aumento insignificante de 0,5 pontos percentuais, alcançando 51,5%, impulsionado por uma ligeira melhora na disponibilidade de peças de reposição.

Entre outros dados relevantes, a frota de bombardeiros também sofreu reduções em sua disponibilidade operacional em comparação com períodos anteriores, com quedas de 3,56%, 0,96% e 0,23% nos modelos B-1B, B-2A e B-52H, respectivamente. No setor de reconhecimento, os índices também revelaram disponibilidade insuficiente para diversas plataformas que estão sendo retiradas de serviço. Um exemplo é o EC-130H, que obteve apenas 41,97% de disponibilidade, o pior resultado registrado, sendo substituído pelo novo EA-37. Da mesma forma, os E-3G AWACS atingiram 55,68% enquanto aguardam a chegada dos novos E-7 Wedgetail no final da década.

Por fim, a frota de aeronaves de treinamento da Força Aérea também apresentou resultados negativos nos últimos relatórios, impactando o ritmo de formação de novos pilotos. Com exceção dos modelos T-1A, que tiveram um aumento modesto na disponibilidade, as aeronaves AT-38, T-38 e T-6 Texan II registraram quedas, com destaque para o T-6, que sofreu uma redução de até 10 pontos em comparação com o período anterior. A frota de reabastecimento seguiu a mesma tendência, como demonstrado pelo KC-46, cuja disponibilidade caiu de 65% no ano fiscal de 2023 para 61% em 2024.

Imagens utilizadas apenas para fins ilustrativos

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