O Secretário de Defesa dos EUA, Lloyd J. Austin III, confirmou recentemente que as Forças Armadas da Rússia sofreram mais de 700.000 baixas desde que Moscou iniciou a invasão da Ucrânia em 2022. As palavras do oficial americano ocorreram no contexto da 25ª reunião do Grupo de Contato de Defesa da Ucrânia, realizada ontem na base aérea de Ramstein, na Alemanha.

Lloyd J. Austin III destacou que, graças ao enfoque eficiente e sustentável dos países membros do Grupo de Contato de Defesa da Ucrânia, os resultados no campo de batalha têm sido evidentes. “…Desde 2022, a Rússia sofreu mais de 700.000 baixas na Ucrânia. Agora, isso é mais do que a Rússia sofreu em todos os seus conflitos desde a Segunda Guerra Mundial, juntos. As baixas russas na Ucrânia agora superam dois terços da força total do exército russo no início da guerra escolhida por Putin. Somente em novembro de 2024, a Rússia perdeu quase 1.500 soldados por dia…”, afirmou o Secretário de Defesa dos EUA.
Diante da contínua perda de vidas, “…o Kremlin se viu obrigado a registrar as prisões russas e coagir soldados contratados. Moscou até enviou tropas da Coreia do Norte para uma guerra na qual não deveriam estar. Isso é mais uma sinal clara da desesperança de Putin. As forças norte-coreanas sofreram mais de 1.000 baixas desde que se alistaram em dezembro passado na guerra de Putin. E, claro, há outras estimativas que estão muito além disso…”, acrescentou Austin III.
Sobre a presença de tropas norte-coreanas, o presidente Volodymyr Zelensky detalhou dias atrás que as estimativas ucranianas, em relação às baixas dos soldados enviados pelo regime de Pyongyang, giram em torno de 4.000 baixas. Segundo relatos ucranianos, o contingente norte-coreano começou a entrar em combate na frente de Kursk, ações que resultaram em consequências catastróficas para as tropas de Kim Jong-un.

Para o Secretário de Defesa dos EUA, a guerra na Ucrânia fez com que o Kremlin ficasse ainda mais isolado, apesar do apoio contínuo da Coreia do Norte, Irã, Bielorrússia e até mesmo da China. “…A estatura global e a posição estratégica da Rússia continuaram a declinar. E assim, a Rússia pagou um preço terrível por essa guerra indefensável. No entanto, Putin não conseguiu nenhum de seus objetivos estratégicos. Nenhum…”, mencionou Austin III em sua coletiva de imprensa na base aérea de Ramstein.
“…De fato, Putin estava tão atolado na Ucrânia que, quando a brutal ditadura de (Bashar al-) Assad na Síria caiu após mais de 50 anos, o único que pôde fazer foi observar. As tropas russas tiveram que se apressar para retirar equipamentos e pessoal da Síria, que um dia foi o centro das ambições globais do Kremlin. O fracasso de Putin em salvar o regime de Assad é um alerta duro para os poucos países que ainda poderiam se alinhar com o Kremlin…”, advertiu Austin.
Novo pacote de assistência militar
Paralelamente à celebração da 25ª reunião do Grupo de Contato de Defesa da Ucrânia, Washington anunciou um novo pacote de assistência militar para Kiev. Embora relatórios iniciais indicassem que se trataria de um reforço significativo, já que seria o último da administração de Joe Biden, a nova ajuda está avaliada em apenas 500 milhões de dólares.

O pacote mencionado contempla mísseis AIM-7, RIM-7 e AIM-9M para defesa aérea, munições ar-terra, equipamentos de apoio para os caças F-16 AM/BM Fighting Falcon, sistemas de pontes blindadas, equipamentos de comunicação segura, armas portáteis e munições, além de peças de reposição, equipamentos auxiliares, serviços, treinamento e transporte.
A iniciativa dos EUA também foi acompanhada por anúncios de outros países aliados, como Reino Unido, Noruega, Canadá, Alemanha, Polônia, entre outros. A assistência inclui munições de artilharia, drones, veículos blindados, sistemas de defesa antiaérea, entre outros.
*Imagem ilustrativa de capa.
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