No decorrer do último 19 de dezembro, a empresa norte-americana Raytheon anunciou que lhe foi adjudicado um novo contrato pela Força Aérea dos Estados Unidos para equipar com o novo radar AESA PhantomStrike o seu F-16 controlado por inteligência artificial, ampliando de forma significativa as capacidades operacionais da aeronave. Também conhecido como X-62A Variable In-flight Simulation Test Aircraft (VISTA), o avião já havia sido modernizado a partir do padrão Block 30 para incorporar aviônicos próprios da variante Block 40, o que facilitou seu emprego como plataforma de testes para o software avançado responsável por pilotá-lo.
A respeito do anúncio, o presidente de Produtos e Soluções Avançadas da Raytheon, Dan Theisen, declarou: “As aeronaves autônomas estão preparadas para desempenhar um papel fundamental para ajudar os Estados Unidos a manter a superioridade aérea, e o radar PhantomStrike da Raytheon foi projetado especificamente para isso. Este radar é revolucionário pelo uso de GaN, pela tecnologia totalmente refrigerada a ar e pela inovação em sua fabricação, a um custo inferior ao de outros radares modernos”.

Sobre o radar PhantomStrike que será instalado na aeronave, o fabricante destaca que se trata do primeiro de sua classe refrigerado a ar, sendo especialmente projetado para a detecção e o rastreamento de alvos a longas distâncias. Trata-se de um aspecto relevante, uma vez que seu projeto permite operar sem a necessidade de instalar um sistema de refrigeração líquida na aeronave, o que impactaria diretamente no peso, além de facilitar os processos de integração — tanto no próprio F-16 quanto em outras plataformas de combate, incluindo aquelas não tripuladas.
Somado a isso, a empresa norte-americana afirma que esse novo radar AESA não apenas apresenta capacidades operacionais que superam amplamente as de radares convencionais, graças à sua funcionalidade multimodo e à orientação intercalada entre alvos aéreos e terrestres, como também o faz a um custo estimado em cerca da metade dos modelos anteriores. Vale destacar ainda que se trata de um sistema com maior alcance e velocidade de varredura em comparação aos radares de varredura mecânica, além de incorporar tecnologias que aumentam sua resistência a interferências eletrônicas inimigas, garantindo maior confiabilidade.

Por outro lado, no que diz respeito ao F-16 em questão, cabe lembrar que ele vem sendo desenvolvido no âmbito do programa Air Combat Evolution (ACE) da agência DARPA, funcionando como uma espécie de laboratório para testar algoritmos avançados de IA atuando como único piloto da aeronave. Nesse contexto, a plataforma já havia sido destaque anteriormente após a divulgação de sua participação em testes de combate aéreo simulado contra caças F-16 da Força Aérea dos Estados Unidos, nos quais havia pilotos a bordo com a capacidade de acionar um interruptor de desligamento em caso de falhas potenciais.
Como era de se esperar, as notícias sobre esses voos de teste e os avanços alcançados no campo do desenvolvimento tecnológico despertaram preocupações em diversos rivais geopolíticos de Washington, com destaque para a China. Mais ainda, à época, surgiram uma série de relatórios e análises que apontavam o Gigante Asiático como um dos poucos países com capacidade e intenção de avançar na obtenção de capacidades semelhantes, especialmente para equipar seus novos drones.
Imagens utilizadas a título ilustrativo.
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