O porta-aviões nuclear USS Nimitz (CVN-68) da Marinha dos EUA é o foco de um novo contrato concedido à Huntington Ingalls Industries (HII) em antecipação ao seu futuro descomissionamento. A modificação contratual, avaliada em US$ 11.048.000, foi concedida à divisão Newport News Shipbuilding da empresa para realizar melhorias no Píer Três Norte em Newport News, Virgínia, sob a supervisão do Comando de Sistemas Navais (NAVSEA).

De acordo com informações oficiais divulgadas pelo Departamento de Guerra, os contratos apoiarão principalmente a remoção do combustível nuclear que alimentou o porta-aviões por mais de 50 anos e o subsequente descomissionamento do antigo navio líder da classe Nimitz. O trabalho será realizado integralmente no Estaleiro Naval de Newport News e a previsão é de que seja concluído até setembro de 2027, financiado pelo orçamento de operação e manutenção da Marinha para o ano fiscal de 2026.
É importante ressaltar que este contrato faz parte de uma série de investimentos iniciados em 2024, quando a Marinha iniciou o processo formal de preparação da infraestrutura industrial necessária para lidar com o descomissionamento do USS Nimitz, o porta-aviões operacional mais antigo em serviço nos EUA. A respeito deste último, notícias recentes indicam que o navio já está em águas americanas. Especificamente, o CVN-68 chegou a Bremerton, Washington, há poucos dias, após concluir seu último destacamento no Pacífico, marcando o fim de uma trajetória de quase cinco décadas de serviço contínuo nos principais teatros de operações do mundo.

Do ponto de vista técnico, o descomissionamento de um porta-aviões de propulsão nuclear é um processo extremamente complexo. A remoção do combustível nuclear do reator, seguida pelo descomissionamento do navio, exige instalações especializadas, protocolos de segurança rigorosos e pessoal altamente treinado.
A Substituição do Nimitz e o Papel Fundamental da HII na Nova Geração de Porta-Aviões
Além do descomissionamento do USS Nimitz, o contrato concedido à HII faz parte de uma estratégia mais ampla de transição geracional dentro da Marinha dos EUA. Os investimentos em infraestrutura não serão utilizados apenas para os processos de descomissionamento, mas também apoiarão a construção, a manutenção e os testes dos porta-aviões da classe Gerald R. Ford, que devem substituir gradualmente as unidades mais antigas da classe Nimitz.
Atualmente, o estaleiro Newport News Shipbuilding está trabalhando na construção simultânea de dois porta-aviões de propulsão nuclear da nova classe Ford, uma situação que impõe uma alta demanda à capacidade industrial do estaleiro. Nesse sentido, de um lado está o porta-aviões USS Doris Miller (CVN-81), enquanto do outro lado está o futuro USS Enterprise (CVN-80).

Enquanto isso, os preparativos estão em andamento para o início dos testes de mar do USS John F. Kennedy (CVN-79), o segundo navio desta nova classe, que representa o núcleo do futuro poder aéreo naval dos EUA. O líder da classe, o USS Gerald R. Ford (CVN-78), está em serviço há vários anos, como evidenciado por seu recente destacamento para o Caribe em apoio à Operação Southern Spear, operando sob a área de responsabilidade do Comando Sul dos EUA (USSOUTHCOM).
Essa situação enfrentada pela frota de porta-aviões dos EUA, que combina o descomissionamento de plataformas com décadas de serviço e a adição de novas, destaca a complexidade do estado atual da Marinha dos EUA. Isso exige a manutenção de uma infraestrutura flexível e modernizada, fundamental para evitar gargalos industriais e garantir a continuidade operacional de seus navios de combate durante o processo de transição.
*Fotografias utilizadas para fins ilustrativos.
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