A poucos dias de completar-se o quarto aniversário do início da invasão russa, as Forças Armadas da Ucrânia continuam avançando em sua transição para plataformas de origem ocidental, fornecidas pelos Estados Unidos e por aliados europeus. No caso dos caças F-16, fornecidos pela Dinamarca, Países Baixos e Noruega, aos quais em breve se somarão os da Bélgica, a plataforma segue amadurecendo e encaminhando-se para alcançar sua Capacidade Operacional Plena. Com a confirmação de que as aeronaves ucranianas já operam com pods de designação de alvos Sniper/PANTERA, soma-se a novidade de que também já estariam empregando foguetes guiados a laser APKWS II, os quais estariam sendo utilizados para interceptar e abater drones russos.

Embora seja sabido que os foguetes guiados APKWS II já se encontram em serviço nas Forças Armadas da Ucrânia, sendo operados por sistemas de defesa aérea contra drones Vampire fornecidos pela L3Harris, até o momento não havia sido confirmado seu emprego a partir de aeronaves.
Esse desenvolvimento soma-se aos observados recentemente no Oriente Médio, onde caças F-16 e F-15E da Força Aérea dos Estados Unidos (USAF) vêm sendo empregados em missões de interceptação, equipados com pods de designação de alvos e lançadores de foguetes guiados, logrando o abate de veículos aéreos não tripulados.
O emprego dessa classe de armamento, idealizado originalmente para aproveitar os amplos estoques de foguetes Hydra de 70 mm contra alvos terrestres, vem despertando um renovado interesse ao demonstrar ser uma opção mais eficiente contra veículos aéreos não tripulados de baixo desempenho, assim como contra outras ameaças aéreas semelhantes, permitindo preservar os valiosos mísseis ar-ar das famílias Sidewinder e AMRAAM para alvos de maior valor.

Durante o último mês de março, por ocasião da confirmação oficial do primeiro abate de um drone houthis por um F-16 equipado com foguetes guiados AGR-20 FALCO APKWS de 2,75 polegadas, divulgado pelo próprio Comando Central dos EUA, apresentamos uma breve e aproximada comparação do valor médio estimado entre um foguete dessa classe e um míssil ar-ar.
A respeito, destacamos: “…o custo de um foguete guiado desse tipo gira em torno de US$ 15.000, enquanto o de um míssil ar-ar, como o AIM-9 ou o AIM-120, chega a aproximadamente US$ 450.000 e US$ 1.000.000, respectivamente”.
Retomando o conflito russo-ucraniano, essas questões relacionadas à eficiência em termos financeiros do esforço de guerra não devem ser deixadas de lado, tendo em conta que a ameaça de drones e mísseis russos pode ser medida em dezenas e centenas de forma periódica, exigindo ao limite os sistemas de defesa aérea e as aeronaves de combate ucranianas, assim como seus estoques de armamento disponível.
A situação não é reconhecida apenas pela Ucrânia, mas também por meio dos aliados europeus em seus pacotes de apoio e assistência. Apenas para mencionar o caso da Noruega, país que anunciou que em seu mais recente pacote de apoio às Forças Armadas ucranianas serão transferidos foguetes guiados, especificamente os APKWS, para equipar os caças F-16.
Antes dessa confirmação, diversas fotografias que rapidamente se viralizaram nas redes sociais, como as que deram conta da presença de pods designadores de alvos, confirmaram que os F-16 ucranianos já vinham realizando missões de combate equipados com lançadores de foguetes LAU-131/A, os quais possuem capacidade para o disparo de sete mísseis dessa classe. Por sua vez, mencionou-se que a aeronave estava complementada nessa configuração ar-ar/terra com mísseis de curto alcance AIM-9 Sidewinder e um dos mencionados pods AN/AAQ-33 Sniper/PANTERA.

No entanto, conforme apontado por diversos analistas, os foguetes guiados APKWS possuem limitações que, embora sejam parcialmente compensadas pelo maior número de disparos disponíveis para a aeronave, residem no fato de que, diferentemente dos mísseis, eles não possuem capacidade de “dispare e esqueça”, devendo ser constantemente guiados até o alvo pela aeronave que os lança ou por outra que atue em apoio.
Fotografia de capa utilizada a título ilustrativo.
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