Como parte dos trabalhos para fortalecer as capacidades de ataque dos tanques M1A2 Abrams SEPv3, o Exército dos Estados Unidos e a empresa General Dynamics Land Systems (GDLS conseguiram equipar um exemplar com um lançador de munições merodeadoras, informando ainda que os testes realizados em Fort Hood, Texas, foram concluídos com sucesso. Denominado Precision Effects & Reconnaissance, Canister-Housed (PERCH), o sistema foi desenvolvido com o objetivo de permitir o emprego dos modelos Switchblade 300 e Switchblade 600, fornecidos pela empresa AeroVironment, com os quais o US Army poderá atacar alvos além da linha de visada.

Detalhando melhor, o fabricante informou que o PERCH pode ser integrado aos tanques sem a necessidade de trabalhos complexos de soldagem ou cortes, exigindo apenas a substituição da caixa do sponson na parte traseira da torre, com o lançador sendo fixado por parafusos nos pontos de ancoragem já existentes. Visando o futuro, e enquanto aguarda um contrato por parte do Exército dos Estados Unidos, a GDLS pretende continuar o desenvolvimento do lançador para que ele possa operar sem maiores dificuldades utilizando os sistemas computacionais próprios do veículo, em substituição aos tablets utilizados até o momento. Além disso, busca-se que o lançador também possa ser instalado nas plataformas Stryker e em outros modelos ainda não especificados.

Un tanque M1A2 Abrams equipado con un lanzador PERCH de GDLS
O lançador PERCH instalado sobre um tanque M1A2 Abrams – GDLS

Quanto aos testes propriamente ditos, a empresa indicou que eles foram realizados no âmbito do evento Machine Assisted Rugged Sapper (MARS), ocorrido entre os dias 26 e 30 de outubro. Na ocasião, a 36ª Brigada de Engenharia e o 3º Corpo Blindado do Exército dos EUA tiveram a oportunidade de se familiarizar com as capacidades do PERCH, superando missões complexas concebidas para demonstrar sua aptidão para localizar e eliminar alvos de alto valor a longas distâncias. Em particular, foi detalhado que o lançador transportou simultaneamente um total de três Switchblade 300 e um Switchblade 600, conferindo ao tanque uma importante capacidade de ataque.

Recolhendo algumas declarações oficiais a respeito, é possível citar Brian Young, atual vice-presidente sênior de sistemas de munições merodeadoras da AV: “A integração dos Switchblade 300 e 600 nas plataformas da General Dynamics Land Systems por meio do kit modular PERCH oferece vantagens operacionais imediatas, ampliando o alcance e permitindo efeitos rápidos e precisos a partir de posições protegidas. Esta demonstração evidenciou a capacidade ampliada de combate de precisão além da linha de visada disponível às nossas forças armadas por meio da integração de sistemas avançados de munições merodeadoras em veículos de combate. Valorizamos nossa colaboração com a GDLS e nosso compromisso compartilhado de oferecer soluções confiáveis e prontas para o combate.”

Cabe recordar, nesse sentido, que as munições merodeadoras Switchblade 300 apresentam um alcance estimado de 9,6 quilômetros e uma autonomia de 15 minutos, com uma ogiva de alto explosivo que pesa cerca de 1,8 quilograma. Além disso, são equipadas com câmeras no nariz para transmitir imagens em tempo real ao operador, proporcionando-lhe a capacidade de corrigir sua trajetória e facilitar o trabalho do controlador autônomo que as conduz até o alvo, inclusive caso a conexão com o lançador seja perdida na fase final. Por sua vez, os modelos Switchblade 600 configuram-se como uma versão de maior porte e alcance, empregando uma ogiva explosiva semelhante à dos mísseis Javelin utilizados pelas tropas norte-americanas no combate contra blindados e estruturas inimigas.

El lanzador PERCH de GDLS
O lançador PERCH da GDLS

Do ponto de vista tático, analistas norte-americanos concordam que o emprego do sistema PERCH traz não apenas a vantagem de ampliar o alcance de ataque do tanque M1A2 Abrams, mas também a de dispor de um veículo capaz de se defender de forma autônoma em ambientes hostis, em vez de um reboque tradicional. Isso facilitaria o posicionamento do lançador durante o combate, além de reduzir os requisitos de inteligência prévia necessários para sua operação no terreno, sem comprometer a segurança da plataforma.

Créditos da imagem de capa: Anthony Housey

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