A pouco mais de um ano de sua recepção, e enquanto são implantados em combate de forma habitual e com cada vez maior periodicidade, os caças F-16 da Força Aérea da Ucrânia continuam amadurecendo suas capacidades e incorporando capacidades. O marco mais recente, por meio de imagens que viralizaram nas redes sociais, é a confirmação de que eles já começam a ser equipados com o pod designador de alvos Sniper/PANTERA, proporcionando e expandindo a capacidade de designação de alvo terrestre, bem como capacidades ampliadas de inteligência, vigilância e reconhecimento.

F-16
F-16 – Créditos à Força Aérea Ucraniana

Graças a Fontes Abertas de Informação (OSINT), uma imagem viralizada começou a circular nas redes sociais e em outras plataformas. Através dela, foi possível observar a presença de um F-16, retornando presumivelmente de uma missão, equipado com o designador de alvos AN/AAQ-33 Sniper; também denominado PANTERA para sua versão de exportação, fornecido a muitos usuários atuais e passados do Fighting Falcon, sendo este caso particular referente à Noruega e aos Países Baixos, países que estão em vias ou já completaram a transferência de F-16 para a Ucrânia, junto a equipamentos associados à plataforma de combate.

Tal como assinalado no passado pela Lockheed Martin, tendo como ocasião o emprego do pod em um F-16 da Real Força Aérea da Noruega, esta descreve o PANTERA como: “… a versão de exportação do designador de alvos Sniper XR, que foi selecionado pela Força Aérea dos Estados Unidos …”, acrescentando que: “… incorpora um sensor infravermelho de exploração frontal (FLIR) de terceira geração, de onda média e alta resolução; um apontador infravermelho; um laser de duplo modo; uma câmera diurna; um rastreador de pontos a laser; e algoritmos avançados em uma cápsula leve e aerodinâmica.”

“As imagens FLIR e de TV de longo alcance do PANTERA permitem aos pilotos evitar as defesas aéreas inimigas e preservar os recursos nacionais. Sua exclusiva abertura comum e sua estabilização de alta precisão permitem um desempenho supersônico e subsônico que não é possível com outros pods. A cápsula está projetada para ter metade do custo de ciclo de vida e uma manutenção muito mais simples que a de todos os demais designadores de alvos”, detalhou a empresa norte-americana no ano de 2004.

Embora não tenham sido fornecidos maiores detalhes, além dos já conhecidos quanto às capacidades que estes tipos de designadores de alvos oferecem, só se pode presumir que os Sniper/PANTERA façam parte do pacote de apoio e equipamento que os Países Baixos ou a Noruega forneceram à Ucrânia como parte da transferência de seus F-16.

No total, e com base nos anúncios, bem como em documentação que se tornou pública, o governo neerlandês já teria completado a transferência de 24 caças F-16 MLU, enquanto segue oferecendo apoio em outras áreas-chave para o sustento da aeronave de combate.

Por sua vez, com menos informação disponível, o governo norueguês já teria concretizado a transferência de quatorze (14) F-16 Block 10/15. Com efeito, deve ser mencionado que Washington, através da aprovação do Congresso, deu luz verde a Oslo para a cessão de “…22 F-16 Block 10/15, motores, equipamentos de apoio, bancadas de teste, ferramentas, material para manutenção, simuladores, peças de reposição, manuais e documentos técnicos, entre outros”, segundo detalhou em fevereiro de 2024 o Comitê de Assuntos Exteriores da Câmara dos Representantes; equipamentos entre os quais poderiam encontrar-se os pods observados dias atrás.

Retornando às capacidades que os pods Sniper/PANTERA oferecem, além das capacidades secundárias ISR, não deve deixar de ser destacado o leque de possibilidades que pode abrir-se de agora em diante em conjugação com armamento guiado para os F-16. Claro, sempre contando com o aval dos Estados Unidos para levar a cabo sua instalação e integração correspondente.

A U.S. Air Force F-16 Fighting Falcon approaches a conducts a combat air patrol over the U.S. Central Command area of responsibility, June 29, 2025. F-16s fly routine patrols over the AOR to bolster the regional defensive posture. (U.S. Air Force Photo by Staff Sgt. John C.B. Ennis)

Mais detalhadamente, como foi assinalado previamente, e considerando as experiências que a Força Aérea dos Estados Unidos (USAF) vem acumulando no Oriente Médio, a confirmação de que os F-16 ucranianos já operam periodicamente com pods de designação de alvos abre a possibilidade de fortalecer suas capacidades ar-ar contra drones.

Como relatam publicações recentes, os F-16 estadunidenses operando sob o Comando Central dos EUA (CENTCOM) foram destacados equipados com designadores de alvos e foguetes guiados do tipo APKWS para enfrentar com êxito diversos tipos de drones de baixa performance, reservando o armamento mais complexo e de maior valor, como mísseis ar-ar Sidewinder e AMRAAM, para ameaças mais complexas como mísseis de cruzeiro ou outros tipos de veículos aéreos não tripulados de maior capacidade.

Por fim, o mencionado anteriormente é simplesmente uma presunção, mas no atual contexto que atravessa a Ucrânia, onde os ataques massivos com drones russos de cada vez maior sofisticação e capacidades são uma preocupação, o desdobramento de F-16 ucranianos em uma configuração ar-ar similar à de seus pares da USAF poderia oferecer maior eficiência para a missão de cobertura aérea e interceptação contra veículos aéreos não tripulados, assim como melhorar a equação financeira do esforço de guerra, ao empregar um armamento exponencialmente mais econômico e com maior disponibilidade que os mísseis ar-ar.

*Fotografia de capa utilizada a modo de ilustração – Força Aérea Ucraniana.

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