Em meio ao processo de modernização e reorganização de sua cavalaria blindada, o Exército Brasileiro concluiu a Operação Patton 2025, uma iniciativa destinada a recuperar tanques M60A3 TTS Patton. A cerimônia de encerramento, realizada em 28 de novembro no 9º Batalhão de Manutenção (9º B Mnt), unidade subordinada ao 9º Grupo Logístico (9º Gpt Log), marcou um marco nos esforços para fortalecer a capacidade operacional do Comando Militar do Oeste (CMO), responsável pela defesa da extensa fronteira ocidental do país.
A Operação Patton 2025 consistiu em um amplo esforço logístico e técnico voltado para recuperar 17 tanques M60A3 TTS e três veículos blindados de recuperação M88A1, todos recolocados em plenas condições de emprego. Essas plataformas serão destinadas ao 20º Regimento de Cavalaria Blindado (20º RCB) e à 4ª Brigada de Cavalaria Mecanizada (4ª Bda C Mec), fortalecendo sua capacidade de combate, mobilidade e poder de fogo. Além disso, o operativo incluiu o treinamento de mecânicos do 20º RCB nas instalações do 9º B Mnt, otimizando os registros de manutenção e garantindo a padronização de procedimentos técnicos no Sistema SMEM.
O ato de encerramento contou com a presença do General de Exército Alcides Valeriano de Faria Junior, Comandante Militar do Oeste, juntamente com oficiais-generais da ativa e da reserva, além dos comandantes das organizações militares da guarnição de Campo Grande. Segundo destacou o Exército, a entrega dos blindados não apenas reforça a disponibilidade técnica e a capacidade operacional imediata das unidades, mas também consolida a autonomia logística da força terrestre em uma região chave para a defesa nacional.
O programa de recuperação dos M60A3 Patton ganha especial relevância em um contexto no qual o Exército Brasileiro avalia a substituição de seus tanques principais. Além dos M60A3, a força mantém em serviço os Leopard 1A5 BR, cujo plano de modernização foi suspenso enquanto se estudam alternativas para a futura renovação do parque blindado.
Paralelamente, o Exército avança na definição de seus futuros veículos blindados de esteira dentro do Programa Estratégico de Forças Blindadas. Por meio da Portaria nº 877, foi estabelecido um grupo de trabalho encarregado de avaliar alternativas nacionais e internacionais para os novos Veículos Blindados de Combate (VBC CC) e Veículos Blindados de Combate de Infantaria (VBC Fuz). Entre as opções analisadas figuravam o CV90 da BAE Systems, o SABRA Luz da Elbit Systems, o AFV Hunter da ST Engineering e o VT5/VN17 da Norinco.
Nesse contexto, a chegada ao Rio de Janeiro do tanque CV90120 da BAE Systems, apresentado durante a feira LAAD Defence & Security 2025, marcou um novo passo na avaliação de plataformas avançadas. Este tanque leve, derivado do CV90 e armado com um canhão de 120 mm, foi projetado para oferecer alta mobilidade e poder de fogo, consolidando-se como uma das propostas mais competitivas para substituir os Leopard 1A5BR. O interesse do Exército no CV90120 reforça sua busca por um equilíbrio entre tecnologia moderna, sustentabilidade e participação da indústria local.
Simultaneamente, o Brasil já incorporou seus primeiros veículos blindados de rodas Centauro II BR, equipados com um canhão de 120 mm L45 e sistemas eletrônicos de última geração. Essas unidades representam um salto tecnológico significativo para a cavalaria mecanizada, ao substituir o veterano EE-9 Cascavel, em serviço desde a década de 1960.
Com a recuperação dos M60A3 Patton, o Exército Brasileiro garante a continuidade operacional de sua força blindada enquanto avança na transição para novos modelos. Essa medida reforça sua capacidade de dissuasão e resposta rápida na fronteira oeste, assegurando a eficiência e a prontidão de suas unidades blindadas.
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