Trinta anos após seu voo inaugural em 29 de novembro de 1995, o Boeing F/A-18 Super Hornet permanece o pilar indiscutível da aviação embarcada da Marinha dos EUA. Projetado para operar a partir dos porta-aviões nucleares das classes Nimitz e Gerald R. Ford, este caça multifuncional provou ser o núcleo operacional das asas aéreas embarcadas americanas, combinando potência, versatilidade e confiabilidade. Três décadas após sua estreia, o Super Hornet continua sendo a espinha dorsal do poder aéreo naval americano, um símbolo da evolução tecnológica e da adaptabilidade que caracterizam a aviação naval moderna.

O Super Hornet nasceu de cortes orçamentários e de uma redefinição das prioridades estratégicas após o cancelamento do ambicioso programa A-12 Avenger II. A Marinha dos EUA precisava urgentemente de um substituto para o lendário, embora caro e complexo, F-14 Tomcat, bem como de uma plataforma capaz de complementar os primeiros F/A-18C/D Hornets. A McDonnell Douglas — posteriormente adquirida pela Boeing — respondeu com um projeto derivado, maior e com maior alcance, que oferecia uma solução pragmática e politicamente viável. Em 1992, a Marinha aprovou seu desenvolvimento e, três anos depois, o primeiro F/A-18E decolou da fábrica de St. Louis, marcando o início de uma nova era na aviação embarcada.
O novo modelo representou uma profunda evolução em relação ao Hornet original. Sua fuselagem, 25% maior, permitia transportar mais combustível e armamentos, enquanto as asas redesenhadas e os motores General Electric F414-GE-400 proporcionavam desempenho superior. Com uma assinatura de radar reduzida e aviônicos modernizados, o Super Hornet se consolidou como um verdadeiro caça multifuncional, capaz de executar missões ar-ar, ar-solo, interdição marítima e ataque eletrônico. Seu design robusto e controles de voo digitais avançados o tornaram o verdadeiro “cavalo de batalha aéreo” dos Grupos de Ataque de Porta-Aviões, garantindo operações seguras, precisas e sustentadas nos ambientes marítimos mais exigentes.

Durante três décadas, o F/A-18E/F tem sido a pedra angular da projeção de poder aéreo embarcado dos EUA. Sua confiabilidade e disponibilidade o tornaram uma ferramenta indispensável tanto para dissuasão quanto para missões de combate. Em seu 30º aniversário, a Marinha e a Boeing destacaram seu desempenho excepcional, enfatizando sua sinergia com outras plataformas aéreas embarcadas, como o Boeing EA-18G Growler — especializado em guerra eletrônica — e o Grumman E-2D Hawkeye, dedicado ao alerta aéreo antecipado e controle (AEW&C). Juntas, essas aeronaves formam um sistema de combate naval multidomínio altamente interoperável, pronto para os desafios do século XXI.
O programa continuou a evoluir com a introdução do Block III, atualmente em produção. Esta versão incorpora uma arquitetura de missão aberta, conectividade aprimorada, melhorias estruturais e um cockpit moderno com tela sensível ao toque panorâmica. Seu objetivo é estender a vida útil da frota para além de 2040 e garantir sua integração com plataformas de próxima geração, como o F-35C e os futuros sistemas aéreos não tripulados (UAVs) da Marinha. Além disso, a modernização Block III oferece uma assinatura de radar reduzida, um sistema de comunicação avançado de Tecnologia de Rede de Alvo Tático (TTNT) e gerenciamento térmico aprimorado da fuselagem, consolidando o status do Super Hornet como um caça totalmente viável no século XXI.
Entre os marcos mais recentes em sua modernização está a concessão, em outubro de 2025, de um contrato de US$ 233 milhões à Lockheed Martin para a produção de sistemas IRST21 Block II. Este sensor passivo de busca e rastreamento por infravermelho, integrado ao tanque de combustível ventral do F/A-18E/F, complementa o radar AESA AN/APG-79, permitindo a detecção de aeronaves furtivas e a geração de uma “imagem aérea passiva” sem emitir sinais, aumentando assim a capacidade de sobrevivência da aeronave em ambientes de alto risco. A Marinha dos EUA declarou a capacidade operacional inicial do sistema em fevereiro de 2025, após extensos testes que confirmaram sua eficácia contra alvos com baixa assinatura de radar.

Além disso, o Super Hornet alcançou marcos operacionais recentes que consolidam seu papel como plataforma de combate de linha de frente. Em março de 2025, unidades embarcadas no porta-aviões USS Harry S. Truman (CVN-75) utilizariam, pela primeira vez em combate, a nova bomba planadora GBU-53/B StormBreaker, uma arma de precisão capaz de atingir alvos móveis em condições climáticas adversas. Meses antes, em novembro de 2024, a Marinha divulgou as primeiras imagens de um F/A-18F equipado com o novo míssil ar-ar de longo alcance AIM-174, derivado do míssil naval SM-6. Essas adições, juntamente com o míssil antinavio AGM-158C LRASM, lançado pela primeira vez de um Super Hornet australiano em fevereiro de 2025, refletem a contínua expansão de suas capacidades ofensivas em cenários ar-ar, ar-solo e marítimos.
Trinta anos após seu voo inaugural, o F/A-18E/F Super Hornet continua a simbolizar a continuidade, a inovação e a adaptabilidade da aviação naval dos EUA. Confiável, poderoso e em constante evolução, este caça continua a garantir a superioridade aérea embarcada dos EUA em todos os mares do mundo, reafirmando seu status como um verdadeiro emblema do poder aéreo naval contemporâneo.
*Imagens utilizadas para fins ilustrativos.
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