Os caças F-16 e Mirage-2000 da Força Aérea da Ucrânia enfrentam uma nova ameaça após as Forças Armadas Russas equiparem seus drones Shahed/Geran 2 com mísseis ar-ar de curto alcance. Essa informação veio à tona após a análise dos destroços de drones russos abatidos recentemente por interceptores ucranianos.

Destroços de um drone russo Shahed/Geran 2 carregando um míssil R-60. Fotos via Telegram.

Graças a um vídeo publicado pelo Batalhão Darknode da 412ª Brigada Nemesis, uma unidade pertencente às Forças de Sistemas Não Tripulados da Ucrânia, foram obtidas as primeiras sequências dos drones russos Shahed/Geran 2 modificados para transportar um míssil ar-ar R-60, também conhecido como AA-8 “Aphid” na codificação da OTAN.

Os drones russos mencionados foram abatidos por interceptores Sting, veículos aéreos não tripulados desenvolvidos e produzidos pela empresa local Wild Hornets. Uma análise posterior dos destroços confirmou as conclusões das câmeras FPV dos interceptores: as forças de Moscou estão utilizando drones Shahed/Geran capazes de transportar mísseis ar-ar, o que representa uma nova ameaça para os caças ucranianos F-16 e Mirage 2000, bem como para os helicópteros utilizados na caça aos drones russos.

Como demonstrado na sequência de abates, os drones russos foram modificados com um trilho de lançamento na parte superior, permitindo-lhes transportar um míssil ar-ar R-60 de curto alcance e guiado por infravermelho. Introduzido em serviço na década de 1970, o R-60 destacava-se pela sua agilidade e capacidade de atingir alvos a curtíssimo alcance (200 a 300 metros). Com uma velocidade máxima superior a Mach 2,0, o míssil russo carrega uma ogiva de 3 kg, uma carga letal suficiente para abater um helicóptero ou um caça.

Artilheiro de helicóptero ucraniano abate drone russo com metralhadora M134.

Contexto sobre drones armados com mísseis ar-ar

Até o momento, não surgiram mais detalhes sobre as modificações feitas nos drones russos, além do trilho para transporte e lançamento do míssil. Uma análise dos destroços determinará se os mísseis são capazes de serem lançados ou se esta é uma manobra russa destinada a interromper as táticas dos interceptores tripulados da Ucrânia.

Embora este seja o primeiro caso registrado no conflito de um veículo aéreo não tripulado armado com um míssil ar-ar, as Forças Armadas da Ucrânia já haviam alcançado um marco no uso de drones armados com esse tipo de projétil.

Neste último caso, as aeronaves eram drones navais Magura, armados e que interceptaram com sucesso mísseis R-73 e AIM-9 Sidewinder. As vitórias confirmadas incluem pelo menos dois helicópteros Mi-8 e dois caças Su-30 das Forças Aeroespaciais Russas, todos abatidos sobre o Mar Negro.

Drone naval Magura 7 armado com mísseis terra-ar AIM-9 Sidewinder.

A presença de drones russos equipados com mísseis R-60 abre um novo capítulo no desenvolvimento da tecnologia de sistemas não tripulados no conflito ucraniano. Há vários meses, os drones têm sido uma ferramenta fundamental para ambos os lados, desempenhando uma ampla gama de funções: desde ataques aéreos e navais até reconhecimento, apoio logístico, plataformas de retransmissão, interceptação e muito mais.

Nem a Rússia nem a Ucrânia limitam o uso de seus drones às frentes de batalha; pelo contrário, eles são as plataformas mais frequentemente utilizadas para ataques contra alvos estratégicos, tanto em terra quanto no mar. Neste último caso, os drones ucranianos são os principais alvos.

Imagem da capa via Nemesis Brigade.

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