O porta-aviões nuclear USS Nimitz (CVN-68) da Marinha dos Estados Unidos (US Navy) iniciou a fase final de seu último desdobramento no Pacífico ao deixar Pearl Harbor e seguir rumo ao território continental dos EUA, conforme confirmou a força. Trata-se de um movimento chave dentro do processo de inativação e retirada do navio-líder da classe Nimitz, que se prepara para concluir mais de cinco décadas de serviço, período no qual foi protagonista em diversos cenários apoiando a Política Externa norte-americana.

A escala no Havaí marcou o ponto médio de seu itinerário após um extenso desdobramento pelo Indo-Pacífico, que incluiu operações no Mar do Sul da China em um contexto de crescente fricção entre China e Filipinas em torno do Banco de Scarborough. A partida do Nimitz desde Pearl Harbor abriu o trecho final de sua viagem, que incluirá uma escala em San Diego antes de prosseguir para Bremerton, Washington, onde começará formalmente o processo de retirada.
Um desdobramento marcado por múltiplos cenários estratégicos
A última missão do Nimitz havia começado em março, quando zarpou da Baía de San Diego para iniciar operações sob a área de responsabilidade do Comando Indo-Pacífico (INDOPACOM) e desdobrar-se a partir de sua base avançada em Yokosuka, Japão. Ao longo de 2025, o porta-aviões foi temporariamente redirecionado ao Oriente Médio para substituir o USS Carl Vinson (CVN-70), apoiando as operações de segurança marítima da 5ª Frota em um momento de alta tensão derivado do conflito entre Israel e Irã.

Após essa rotação e uma visita oficial ao Bahrein, o USS Nimitz iniciou seu trânsito rumo ao Mar do Sul da China, onde liderou operações de presença naval, escolta, exercícios antissuperfície e missões aéreas embarcadas ao lado das unidades de superfície que compuseram seu Grupo de Ataque de Porta-Aviões. Vale destacar que, durante sua chegada à região, o navio operou nas proximidades da área onde eram realizadas as tarefas de salvamento de um F/A-18 Super Hornet e de um helicóptero MH-60R Seahawk, ambos pertencentes ao navio e perdidos em incidentes ocorridos com apenas meia hora de diferença.
A situação regional e o revezamento com o USS George Washington
O retorno do USS Nimitz também coincidiu com o desdobramento do USS George Washington (CVN-73), que assumiu temporariamente a presença avançada no Mar do Sul da China. No entanto, o CVN-73 partiu recentemente rumo à ilha de Guam, deixando a região sem um porta-aviões operacional dos EUA — uma situação notável dada a sensibilidade e importância estratégica da área.
O longo caminho rumo à retirada do Nimitz (CVN-68)
O retorno do Nimitz aos Estados Unidos marcará o início de um processo de transição que a Marinha vem preparando desde 2024. O processo de retirada do navio de propulsão nuclear, com 333 metros de comprimento e 100.000 toneladas de deslocamento, envolve um planejamento complexo que abrange aspectos técnicos, industriais e orçamentários.

Segundo documentação da Marinha, a retirada será realizada em três etapas principais: inativação, remoção do compartimento do reator e reciclagem do navio. Além disso, muitos dos equipamentos removidos do CVN-68 serão utilizados como fonte e banco de peças para unidades ativas ou destinados a reforçar a cadeia de suprimentos dos porta-aviões da classe Nimitz ainda em serviço.
A transição para a nova classe Gerald R. Ford
A baixa do USS Nimitz marcará também um marco simbólico na renovação da frota de superfície e das capacidades de projeção estratégica da Marinha dos EUA, na qual os porta-aviões nucleares da classe Gerald R. Ford substituirão progressivamente as unidades mais antigas, enquanto o restante da classe Nimitz continuará operando conforme seus ciclos planejados de manutenção e operações.

Por fim, enquanto segue navegando rumo à Costa Oeste sem data pública de chegada, a retirada do CVN-68, prevista para iniciar em 2026 sob responsabilidade do estaleiro Newport News, encerrará a trajetória operacional do primeiro porta-aviões nuclear de sua classe, em serviço desde 1975 e protagonista de múltiplas operações, exercícios e desdobramentos ao longo de meio século.
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