Com o objetivo de aprimorar suas capacidades operacionais e equipar suas tropas com recursos mais versáteis e modernos, o Corpo de Fuzileiros Navais do Brasil avançará com a incorporação de veículos blindados 4×4 ISV equipados com mísseis guiados MSS 1.2 Max. Essa iniciativa faz parte do Sistema Expedicionário de Mísseis Antitanque (SMACE), um projeto conjunto da empresa brasileira SIATT, integrante do Grupo EDGE, e da Marinha do Brasil. O contrato foi assinado na última quarta-feira, dia 19 deste mês, durante o Dubai Airshow 2025, um dos eventos aeroespaciais mais importantes do mundo.

O acordo prevê o fornecimento de uma solução completa que combina veículos de alta mobilidade, mísseis antitanque e uma plataforma capaz de lançar drones com capacidades de inteligência, vigilância, reconhecimento (ISR) e ataque terrestre. Essa integração visa fornecer ao Corpo de Fuzileiros Navais da Argentina (CFN) uma ferramenta moderna e flexível, adequada para operar em ambientes costeiros e terrenos complexos, capaz de neutralizar tanto veículos blindados quanto ameaças marítimas leves.
O sistema SMACE será instalado no veículo ISV-U da GM Defense, uma plataforma leve 4×4 com tração nas quatro rodas, equipada com um motor Duramax 2.8L de fabricação paulista e proteção balística básica. Pesando aproximadamente 2,2 toneladas, o ISV se destaca pela sua manobrabilidade e facilidade de manutenção, qualidades essenciais para missões de rápida implantação. Este modelo já foi adotado pelo Exército dos EUA como substituto do HMMWV, após testes bem-sucedidos em terrenos áridos e de difícil acesso.

O míssil MSS 1.2 Max constitui o núcleo do sistema. Desenvolvido pelo SIATT e fabricado inteiramente no Brasil, trata-se de um míssil guiado de alta precisão e longo alcance, projetado para atingir veículos blindados. Sua integração com o ISV-U proporciona uma plataforma móvel de ataque direto, projetada para operar com rapidez e precisão tanto em ambientes terrestres quanto anfíbios, reduzindo simultaneamente a exposição da tripulação.
Além disso, os drones de última geração produzidos pela EDGE fornecerão capacidades adicionais em observação, designação de alvos e ataques de precisão. Graças ao seu sistema ISR, eles poderão transmitir informações em tempo real e coordenar missões antitanque por meio de enlaces de dados táticos. Dessa forma, o SMACE combina mobilidade, poder de fogo e coleta de inteligência em uma única unidade operacional.

Durante a apresentação do acordo, o Contra-Almirante (Corpo de Fuzileiros Navais) Cláudio Leite observou que o projeto representa um passo importante para a modernização dos recursos do Corpo de Fuzileiros Navais brasileiro. Por sua vez, o CEO da EDGE, Hamad Al Marar, enfatizou que a iniciativa reflete o potencial de cooperação tecnológica entre o Brasil e os Emirados Árabes Unidos e que fortalecerá as capacidades das Forças Armadas brasileiras na região.
A entrega do primeiro sistema, composto por dois veículos blindados com seus respectivos mísseis e drones, está prevista para 2026, quando terão início as avaliações operacionais. Dependendo dos resultados, o programa poderá ser expandido com a produção de unidades adicionais no Brasil. A adoção do sistema SMACE marca um avanço concreto na modernização do Corpo de Fuzileiros Navais brasileiro, integrando capacidades nacionais em um sistema modular que permite resposta rápida às ameaças blindadas contemporâneas.
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