Durante o decorrer do dia 21 de novembro, a empresa norte-americana Lockheed Martin informou, por meio de um breve comunicado nas redes sociais, que estabeleceu 2026 como o ano para iniciar os voos de teste do primeiro caça furtivo F-35A construído para a Força Aérea da Alemanha, o que evidencia o avanço do programa com o qual Berlim busca substituir seus já antiquados Panavia Tornado. A novidade surgiu após a visita do secretário de Estado alemão, Nils Hilmer, à planta que a empresa mantém em Fort Worth, nos EUA, onde ele assinou a fuselagem dessa primeira aeronave que deverá chegar às mãos da Luftwaffe.

Aprofundando alguns detalhes, vale destacar que o F-35A observado nas imagens que acompanhavam o comunicado exibia o número de fábrica MG-01, junto a um breve texto indicando “Ebbing Air National Guard Base“. A questão não é menor, considerando que essa base será o primeiro assento da plataforma uma vez entregue aos alemães, permitindo que os pilotos da Força Aérea da Alemanha treinem ao lado de seus pares norte-americanos, finlandeses e poloneses; o mesmo ocorrerá com o pessoal encarregado da manutenção do caça furtivo.

Cabe lembrar que, enquanto a Carta de Aceitação de Oferta (LOA) para a venda do caça foi aprovada em dezembro de 2022 e os voos de teste da primeira unidade estão previstos para 2026, apenas em 2027 a Alemanha deverá receber seus primeiros F-35A em território próprio, o que, segundo os planos, acontecerá na base de Büchel. Uma vez lá, espera-se que um de seus principais papéis seja integrar o programa de compartilhamento nuclear da OTAN, por meio do qual poderão empregar as bombas B61 de origem norte-americana para reforçar as capacidades de dissuasão nuclear da Aliança.

F-35A – Fuerza Aérea de EE.UU

Sobre a possibilidade de ampliar a frota de caças F-35A da Luftwaffe

É útil destacar, neste ponto, que as novidades mencionadas surgem poucas semanas depois de diversos meios de comunicação alemães apontarem que Berlim estaria interessada em ampliar os pedidos do caça F-35A que equipará a Luftwaffe, com um lote adicional de 15 aeronaves. Para isso se concretizar, o governo alemão estaria disposto a investir cerca de 2,5 bilhões de euros, elevando o total solicitado para uma frota potencial de 50 unidades.

F-35A – Fuerza Aérea de EE.UU.

Como relatamos no último dia 20 de outubro, isso se deve não apenas à necessidade de substituir a envelhecida frota de aviões Tornado, mas também à exigência de ampliar o número de caças disponíveis em cumprimento aos novos requisitos da OTAN, delineados com o objetivo de fortalecer as capacidades de resposta diante do que se considera uma ameaça russa latente às fronteiras europeias. Com exceções orçamentárias para compras destinadas a reforçar a defesa do país, Berlim poderia superar os principais obstáculos que anteriormente limitavam o pedido a apenas 35 caças furtivos — mesmo quando, em julho, parecia estar confirmado que o país não avaliava novas aquisições.

Caso se concretize, a operação também permitiria enviar um sinal de boa vontade aos EUA quanto aos esforços destinados a reforçar a defesa da Alemanha e da Europa, em meio a pedidos frequentes do presidente Donald Trump para que os aliados invistam mais nesse campo. Além dos possíveis novos F-35A, a Alemanha também incorporará 20 novos caças Eurofighter Tranche 5, ampliando suas frotas enquanto mantém ativas as linhas de produção locais.

F-35A – Real Fuerza Aérea de Dinamarca

Outros fatores relevantes do programa alemão

Além da possível aquisição adicional de caças e da definição de uma data para o primeiro voo, é necessário mencionar que o programa alemão de obtenção do F-35 também apresentou avanços significativos nos meses anteriores. Em setembro, Berlim já havia recebido autorização de Washington para avançar na compra de até 400 dos mais modernos mísseis AMRAAM destinados a equipar essa frota, em uma operação estimada em cerca de 1,23 bilhão de dólares.

Esse armamento se somaria ao já contratado originalmente, composto por um lote de 105 mísseis de médio alcance AIM-120C-8, 75 mísseis de curto alcance AIM-9X Block II+ Tactical Sidewinder, 75 bombas inteligentes JASSM-ER (versão de alcance estendido), 264 bombas de uso geral MK-82 500LB e 344 bombas GBU-53. Também devem ser incluídos novos mísseis antinavio JSM, fabricados pela norueguesa Kongsberg, pelos quais Berlim investirá cerca de 644 milhões de dólares, tornando-se o quinto usuário do sistema, seguindo Austrália, Estados Unidos, Japão e a própria Noruega.

F-35A – Fuerza Aérea de Polonia

Por outro lado, é importante mencionar que a empresa Rheinmetall inaugurou oficialmente, no mês de julho, uma nova planta de produção na cidade alemã de Weeze, situada na região da Renânia do Norte-Vestfália. Trata-se de um marco relevante, considerando que ali será fabricada a seção central dos caças F-35, além do feito que representou sua construção e habilitação em menos de um ano e meio, evidenciando um processo rápido que fortalece a cooperação transatlântica em defesa.

Segundo as informações disponíveis, as instalações permitirão a criação de até 400 novos postos de trabalho e terão capacidade para sustentar uma produção anual de 36 seções de fuselagem. No futuro, essa planta espera participar da fabricação de até 400 caças F-35 no total, destinados à própria Luftwaffe e também a aliados europeus.

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