No início desta semana, a Marinha Real dos Países Baixos destacou suas unidades para realizar uma missão de vigilância sobre o navio de pesquisa Yantar, da Marinha russa, enquanto este transitava por águas do Mar do Norte. Em particular, o acompanhamento ficou a cargo do navio hidrográfico HNLMS Snellius e do navio-patrulha HNLMS Friesland, estendendo-se até a tarde de terça-feira, momento em que o mencionado navio russo deixou a área sem maiores incidentes.

El HNLMS Friesland de la Real Armada de los Países Bajos

Para o Ministério da Defesa dos Países Baixos, a ocasião representou mais uma demonstração de uma questão que há tempos vêm suspeitando e alertando o público: que a Rússia está aumentando sua presença naval na região com navios de pesquisa que poderiam estar mapeando infraestrutura crítica localizada sob o mar. No caso do próprio Yantar, o Serviço de Inteligência e Segurança da Defesa neerlandês (MIVD) já havia indicado em ocasiões anteriores que ele navegara dentro de sua área de responsabilidade, apontando-o como um dos meios que Moscou estaria empregando com o propósito mencionado.

Cabe recordar que o Yantar é um dos exemplares pertencentes à classe Projeto 22010 da Marinha russa, operado pela Direção Principal de Pesquisa em Águas Profundas (GUGI), sendo um de seus principais navios destinados à pesquisa científica — e, segundo avaliações ocidentais, também à inteligência. Entre suas várias características relevantes, destaca-se o fato de possuir a capacidade de operar até dois tipos de submersíveis autônomos especialmente projetados para mergulhar em águas profundas, especificamente os das classes Rus e Konsul.

El HNLMS Snellius de la Real Armada de los Países Bajos

Além disso, é importante considerar que o navio, com 108,1 metros de comprimento e 17,2 metros de boca, tem sua base na baía de Olenya, onde se encontra não apenas a base do próprio GUGI, mas também o lar de submarinos convencionais e nucleares da Marinha russa. Considerando isso em conjunto com suas capacidades, não surpreende que os países da OTAN permaneçam constantemente atentos às suas incursões em águas próximas.

Seguindo essa lógica, deve-se mencionar que o destacamento do HNLMS Snellius tampouco é fruto do acaso, já que se trata de um navio hidrográfico com capacidade para mapear “as mudanças no leito marinho ao longo das rotas marítimas mais movimentadas”, segundo descreve a própria Marinha Real dos Países Baixos. Após o afastamento do Yantar, a embarcação tem agora a missão de realizar investigações sobre o estado da infraestrutura crítica próxima à área por onde transitou o navio russo, em busca de possíveis indícios que apontem para sabotagem. Como tal, o Snellius já conta com um amplo histórico de operações semelhantes, que o levaram ao Mar Báltico, ao Mar do Norte e ao Caribe.

Créditos das imagens: Ministério da Defesa dos Países Baixos

Você também pode se interessar: O novo navio de apoio ao combate da Marinha dos Países Baixos será testado nos climas quentes do Caribe

DEJA UNA RESPUESTA

Por favor deje su comentario
Ingrese su nombre aquí

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.