O porta-aviões de propulsão nuclear USS Gerald Ford, o mais moderno da Marinha dos Estados Unidos, foi avistado deixando o porto de Split, na Croácia, após receber ordens do Pentágono para seguir em direção ao Caribe, dentro da área de responsabilidade do Comando Sul dos Estados Unidos (USSOUTHCOM).
De acordo com o Secretário de Guerra dos EUA, Pete Hegseth, foi determinado o redesdobramento do Grupo de Ataque do Porta-Aviões para apoiar as operações destinadas a desmantelar organizações criminosas transnacionais e combater o narcoterrorismo na região.

O Pentágono informou que a medida responde à diretiva presidencial de intensificar as ações contra as redes de narcotráfico que operam no hemisfério ocidental, apontadas por Washington como uma ameaça direta à segurança dos Estados Unidos e como fonte de financiamento do governo de Nicolás Maduro na Venezuela.
Em comunicado publicado na rede social X, o principal porta-voz do Pentágono, Sean Parnell, afirmou: “A presença reforçada das forças norte-americanas na área de responsabilidade do USSOUTHCOM fortalecerá a capacidade dos Estados Unidos para detectar, monitorar e desarticular os atores e atividades ilícitas que comprometem a segurança e a prosperidade do território nacional, assim como a estabilidade no hemisfério ocidental.”

Parnell acrescentou que o Grupo de Ataque do Porta-Aviões USS Gerald Ford e sua ala aérea embarcada foram destacados para apoiar a missão de desmantelar as Organizações Criminosas Transnacionais (TCO) e combater o narcoterrorismo.
Segundo fontes militares, o USS Gerald Ford — descrito pela Marinha dos EUA como “a plataforma de combate mais capaz, adaptável e letal do mundo” — zarpou no domingo da Croácia, após ter chegado na quarta-feira anterior. Espera-se que atravesse o Estreito de Gibraltar, que conecta o oceano Atlântico ao mar Mediterrâneo, durante sua travessia rumo ao Caribe.
De acordo com informações do U.S. Naval Institute News, a viagem transatlântica pode demorar pelo menos uma semana. Além do porta-aviões, o grupo de ataque é composto por nove esquadrões de aeronaves e helicópteros e pelo menos cinco destróieres. Dois deles, o USS Forrest Sherman e o USS Mitscher, estão operando no Oriente Médio, enquanto o USS Winston S. Churchill, o USS Bainbridge e o USS Mahan estão distribuídos entre bases na Grécia e na Itália, segundo imagens de satélite.
Paralelamente, três destróieres norte-americanos — o USS Jason Dunham, o USS Gravely e o USS Stockdale — já estão posicionados no Caribe, juntamente com um cruzador, um navio de combate litoral, um submarino e três navios anfíbios, segundo o mesmo meio.

A Segunda Frota havia informado em comunicado anterior que a presença do grupo de ataque proporciona aos comandantes de combate e aos líderes civis norte-americanos “uma maior capacidade para reforçar a segurança e a prosperidade econômica dos Estados Unidos, dissuadir adversários e projetar poder em nível global por meio de operações sustentadas no mar.”
O USS Gerald R. Ford, navio líder de sua classe, foi projetado para substituir gradualmente os porta-aviões da classe Nimitz, cuja primeira unidade — o USS Nimitz — será retirada de serviço no próximo ano.
Analistas de defesa apontam que o envio do USS Gerald R. Ford para a área do Comando Sul não ocorrerá de forma isolada, mas acompanhado por seu grupo de ataque, que inclui navios de escolta e de apoio. Também se estima que um submarino de ataque nuclear possa operar na região como parte do dispositivo.
O aumento da presença militar norte-americana no Caribe ocorre em um contexto de tensões crescentes entre Washington e Caracas, após o presidente Donald Trump declarar que os Estados Unidos estão em um “conflito armado” contra os cartéis de drogas, considerados “combatentes ilegais”.
Até o momento, a Missão Permanente da Venezuela junto às Nações Unidas não emitiu comentários sobre o envio.
*Imagens utilizadas apenas para fins ilustrativos.




