Por ocasião do 40º aniversário da entrada em serviço do Su-27, a United Aircraft Corporation (UAC) forneceu detalhes sobre alguns dos principais programas de produção de aeronaves de combate para as Forças Aeroespaciais Russas (VKS). O foco da atenção, por meio de declarações oficiais, concentrou-se, em primeiro lugar, na fabricação dos primeiros protótipos do novo Su-75 Checkmate, enquanto, em segundo lugar, a corporação confirmou a produção em série do caça furtivo de quinta geração Sukhoi Su-57. A menção a esta aeronave — a mais moderna em serviço e produção — não é menor, pois esclarece dúvidas sobre esta fase do programa e, ao mesmo tempo, levanta questionamentos sobre a capacidade da UAC de responder às exigências de exportação.

Atualmente, a planta de aviação de Komsomolsk do Amur constitui-se como uma das principais instalações de onde são produzidos os mais capazes e avançados caças em serviço com a VKS, a saber, os Sukhoi Su-35S — principal aeronave de combate empregada em operações contra a Ucrânia — e o caça de quinta geração Su-57.
Focando neste último, ao longo do ano corrente não foram registradas oficialmente entregas de aeronaves, ao contrário do que ocorreu com outros modelos, como os Su-34 e Su-35, divulgados pela própria UAC através de seus diversos canais oficiais. O único relato durante o ano em curso foi realizado por meio de Fontes Abertas de Informação (OSINT), que indicaram a possível entrega de um lote de duas ou mais aeronaves no mês de abril. No entanto, este relatório não foi confirmado pela corporação, fato que chama a atenção quando comparado aos anúncios de anos anteriores.

Nesse sentido, no documentário televisionado recentemente pelo canal russo Rossiya-1, E. Korshikov, vice-diretor-geral da KnAAPO — a Planta de Produção de Aviação de Komsomolsk do Amur —, declarou: “Já estamos em produção em série da aeronave de quinta geração, principalmente para o Ministério da Defesa. E já iniciamos a fabricação dos protótipos do avião tático leve (Su-75) baseado no Su-57”.
Em números concretos, e segundo informações oficiais do Ministério da Defesa da Rússia, existe um contrato com a UAC para um total de 76 aeronaves de produção, assinado em 2019 durante a feira ARMY, estabelecendo o término das entregas para o final de 2027.

Desde então, diversos relatórios de fontes OSINT e de especialistas permitiram confirmar a entrega de dez (10) Su-57 em 2022, onze (11) em 2023, enquanto, em 2024, o Ministério da Defesa russo anunciou que esperava receber um total de vinte e duas (22) aeronaves, tendo como último registro de entregas o mês de dezembro do referido ano — sendo este o último lote confirmado pela UAC.
Não é novidade que, nos últimos anos, a indústria aeroespacial russa tem enfrentado sanções de todo tipo, buscando alternativas para cumprir os pedidos estatais do Ministério da Defesa russo, bem como de outros clientes que vêm se somando, como os casos da Argélia e do Irã. Esses países estariam em processo de receber seus primeiros aviões de combate Su-34, Su-35S e Su-57 no caso do primeiro, e Su-35S no caso do segundo.



No entanto, a afirmação sobre o início da produção em série do Su-57 não teve correspondência em 2025 com a entrega de novas aeronaves ou, pelo menos, com o anúncio de entregas às VKS, como ocorreu nos anos anteriores. Enquanto isso, outros caças de quinta geração, como o F-35 norte-americano e o J-20 chinês — ao qual se somará o J-35 —, já contam com centenas de unidades entregues.
Por fim, diante dessa realidade, embora não reconhecido oficialmente pela UAC e pela Rostec, foram mencionados esforços e investimentos que vêm sendo realizados para aumentar a produção de aeronaves de quinta geração, conforme evidenciado pela inauguração, em agosto de 2024, de novas instalações na planta de aviação de Komsomolsk-on-Amur. Essas instalações incluem a abertura de “…edifícios para o teste do sistema de combustível, bem como a conclusão da primeira fase de construção de um hangar para o teste dos equipamentos radioeletrônicos de bordo (BREO), com o objetivo de ampliar a produção em série de aeronaves”, segundo comunicado oficial.
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