Após dúvidas e atrasos que quase levaram à suspensão do programa devido aos seus altos custos associados, a Marinha dos Estados Unidos estaria pronta para anunciar a empresa que ficará responsável pelo desenvolvimento do futuro caça de sexta geração F/A-XX, o que lhe permitiria avançar na obtenção de sua próxima plataforma, assim como está fazendo a Força Aérea com o seu modelo F-47. A novidade foi divulgada pela agência Reuters, que afirma ter consultado até três fontes familiarizadas com o programa, as quais coincidiram em apontar que o secretário da Marinha, Pete Hegseth, estaria pronto para fazer o anúncio ainda nesta semana.
Vale lembrar que a concorrência para definir quem será o futuro fabricante do caça F/A-XX está atualmente praticamente limitada a apenas dois candidatos: Northrop Grumman e Boeing Co. (esta última também responsável pelo desenvolvimento do já mencionado F-47). O novo projeto de aeronave resultante do atual processo de seleção será destinado a substituir a atual frota de caças F/A-18E/F Super Hornet, que formam a espinha dorsal da aviação embarcada norte-americana desde a década de 1990.

Também é importante destacar que notícias semelhantes já haviam surgido em março, pouco depois de ser anunciado oficialmente que o F-47 seria o modelo que equipará a Força Aérea dos EUA. De acordo com as fontes consultadas pela Reuters, o considerável atraso se deveu a problemas de última hora que impediram a Marinha de seguir adiante com o seu próprio F/A-XX, mas desta vez o Pentágono já teria dado sinal verde para avançar desde a última sexta-feira. No entanto, nem a Marinha dos EUA, nem o Departamento de Defesa, confirmaram oficialmente essa informação.
Caso ocorram novos atrasos — sejam por motivos técnicos ou orçamentários —, a principal preocupação das autoridades navais norte-americanas reside na possibilidade de que a Marinha não disponha da nova plataforma na próxima década, comprometendo sua atual capacidade de projeção de poder por meio dos grupos de porta-aviões. A questão se torna ainda mais delicada com o fator China, país que já demonstrou em diversas ocasiões seus próprios desenvolvimentos de caças de sexta geração — o mais recente deles relatado em setembro, com a publicação das imagens do caça J-50, desenvolvido pela Shenyang.

Retomando o que foi mencionado anteriormente, é importante considerar que, tanto internamente no Pentágono quanto entre este e o Congresso, surgiram repetidas disputas sobre a necessidade de financiar um projeto desse porte, dado seu elevado custo. Para o futuro, o Departamento de Defesa solicitou pelo menos 75 milhões de dólares como um “financiamento mínimo” para manter vivo o desenvolvimento do F/A-XX, em um momento em que os recursos pareciam ser direcionados prioritariamente ao programa de sexta geração conduzido pela Força Aérea. No decorrer do ano, o Congresso decidiu alocar até 750 milhões de dólares adicionais para a Marinha, em uma tentativa de resgate que já conta com aprovação formal, além de aumentar em 1,4 bilhão de dólares os fundos orçamentários previstos para o próximo ano.
Outro grande debate em torno do programa F/A-XX está relacionado ao aspecto técnico e logístico. Membros do Pentágono defendiam adiar o programa, alegando dúvidas sobre a capacidade do atual complexo industrial de conduzir dois projetos de grande escala simultaneamente, o que poderia comprometer o cumprimento dos cronogramas estabelecidos. Em detalhes, as preocupações giram em torno do fato de que a Boeing já terá de arcar com o desenvolvimento do F-47, enquanto a Northrop Grumman enfrenta um desafio semelhante com o projeto dos novos mísseis balísticos intercontinentais Sentinel, que substituirão os atuais Minuteman III.
Imagens utilizadas apenas para fins ilustrativos.





