Meses atrás, a Zona Militar havia informado que o Ministério da Defesa do Uruguai estava trabalhando intensamente e de forma acelerada na aquisição de um helicóptero Agusta Bell AB-412, contando com a decisão política do comando máximo das Forças Armadas. A intenção era que essa compra fosse concretizada ainda durante o governo do presidente Lacalle Pou, de modo que a nova aeronave pudesse chegar ao país em 2025, coincidindo com as comemorações dos 100 anos da criação da Aviação Naval. No entanto, inexplicavelmente, o processo, por questões burocráticas, nunca saiu do Ministério da Defesa Nacional para obter a assinatura do então presidente.

Isso representou um duro golpe para a Armada, já que, mesmo contando com a decisão política e o crédito orçamentário — algo sempre difícil de conseguir —, a compra não se concretizou. Naturalmente, instaurou-se um clima de incerteza quanto ao que aconteceria com a chegada do novo governo da Frente Ampla, liderado pelo presidente Yamandú Orsi e pela ministra Sandra Lazo. Havia também preocupação com a postura que seria adotada pela empresa italiana Leonardo, considerando que o processo de negociações havia começado um ano antes.
De qualquer forma, dentro da Armada mantinha-se certo otimismo, lembrando que o processo de compra dos helicópteros Agusta Bell 412 havia sido iniciado durante o governo anterior da Frente Ampla, quando se planejava adquirir três unidades, mas que, por motivos orçamentários, apenas duas foram efetivadas. Nesta semana, o otimismo se confirmou: o presidente Yamandú Orsi autorizou a compra do que será o terceiro helicóptero desta classe para a Armada Nacional. Agora, resta retomar e ajustar a já prolongada negociação com a empresa Leonardo.

Vale destacar que esta aquisição ocorre em um contexto mais favorável em comparação com as anteriores — não apenas em termos das capacidades e do melhor equipamento com que virá a nova unidade, mas também por um preço inferior e muito competitivo em relação ao que o mercado oferece, algo rapidamente compreendido pelas atuais autoridades do Ministério da Defesa Nacional.
Além disso, o Agusta Bell 412 tem se mostrado a aeronave ideal para cumprir as tarefas operacionais exigidas pela crescente demanda das atividades marítimas (legais e ilegais) desenvolvidas no vasto território marítimo do Uruguai.
A nova aeronave também contribuirá para melhorar a eficiência operacional, conforme a doutrina de emprego que estabelece que contar com pelo menos três aeronaves do mesmo tipo maximiza a capacidade de operação e logística, reduzindo significativamente os custos por hora de voo, simplificando o treinamento e prolongando a vida útil das aeronaves, já que operam em regime rotativo.

Da mesma forma, esses helicópteros serão as unidades orgânicas que operarão a bordo dos novos Navios de Patrulha Oceânica (OPV) que estão sendo construídos no estaleiro Cardama, na Espanha.
Esta é a primeira grande incorporação de material de valor estratégico realizada por iniciativa deste governo para as Forças Armadas do Uruguai. Chama atenção o fato de que o investimento seja destinado à Armada Nacional, instituição com a qual o atual governo manteve, desde o início de sua gestão, diversas tensões no relacionamento com a alta cúpula naval — algo que a Zona Militar já havia abordado em informações publicadas anteriormente.
Fotografias utilizadas apenas para fins ilustrativos – Zona Militar.
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