Nas últimas horas, o Ministério do Poder Popular para a Defesa da Venezuela denunciou ter detectado caças furtivos F-35B do Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos (USMC) próximo às costas do país, no marco do reforço da presença militar norte-americana no Caribe. O fato foi informado a partir de uma base aérea pelo chefe da pasta de Defesa, Vladimir Padrino López, que declarou tratar-se de uma provocação do país norte-americano.

De acordo com o informado pelas autoridades venezuelanas, a atividade denunciada foi detectada pelos sistemas de defesa aérea do país, sublinhando que ao menos cinco caças F-35 Lightning II norte-americanos operavam dentro da Região de Informação de Voo (FIR) Maiquetía. Em paralelo, também foi mencionado que a incursão teria sido confirmada pela companhia aérea colombiana Avianca, que relatou que as aeronaves se encontravam aproximadamente a 75 quilômetros (47 milhas) da costa da Venezuela.
O episódio se insere no desdobramento que os Estados Unidos vêm realizando no Caribe como parte dos esforços para reforçar sua presença contra as atividades do narcotráfico na região. Nesse contexto, desde meados de setembro foi enviada para a área uma importante quantidade de meios militares, que vão desde caças F-35B do Corpo de Fuzileiros Navais até navios da Marinha norte-americana, como parte da área de responsabilidade do Comando Sul dos EUA (SOUTHCOM).
Particularmente em relação aos caças furtivos F-35B, trata-se de um destacamento de 10 aeronaves pertencentes ao Corpo de Fuzileiros Navais, que chegaram a Porto Rico no último 13 de setembro. Essas aeronaves são provenientes da Estação Aérea do Corpo de Fuzileiros Navais de Yuma, no Arizona. Desde então, essas unidades do Esquadrão de Ataque de Caças de Fuzileiros 225 (VMFA-225) dos EUA operam a partir da antiga base naval de Roosevelt Roads, convertida em ponto de apoio-chave para as operações norte-americanas no Caribe.
Por outro lado, de acordo com relatórios de observadores e rastreadores de voos, esses caças já teriam realizado patrulhas sobre águas próximas à Venezuela, fato que conecta diretamente com a denúncia formulada por Caracas. Nesse marco, o governo de Nicolás Maduro insiste em que conta com sistemas de defesa aérea de longo alcance de origem russa – como os S-300VM e Buk-M2E – capazes de detectar e dissuadir incursões, inclusive frente a aeronaves de quinta geração como o F-35B.

Entretanto, o desdobramento norte-americano no Caribe não se limita aos caças furtivos. Segundo informado oficialmente, o contingente enviado à região inclui unidades de apoio logístico, elementos de defesa aérea, aeronaves de patrulha marítima e ao menos oito navios da Marinha dos Estados Unidos. Entre eles estão destróieres, unidades anfíbias e até mesmo um navio especializado, como o MV Ocean Trader, que atua como plataforma flutuante para forças especiais. O grupo anfíbio de operações (Amphibious Ready Group) é composto por navios como o USS Iwo Jima, USS San Antonio e USS Fort Lauderdale, que partiram de Norfolk.
Por fim, o Comando Sul vem realizando operações desde a chegada do contingente em setembro. Nesse sentido, já foram registradas três operações bem-sucedidas contra embarcações dedicadas ao narcotráfico, que resultaram na apreensão de carregamentos e na neutralização de rotas utilizadas por organizações criminosas transnacionais. A presença desses meios traz consigo a mensagem de que o país busca garantir uma cobertura permanente sobre as principais rotas marítimas da região e sustentar as operações de interdição nas águas do Caribe.
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