A Base Aérea de Gando, localizada nas Ilhas Canárias e sede da Ala 46, iniciou o plano de implantação do Eurofighter Tranche 4, que substituirá os veteranos caças EF-18 Hornet em serviço desde os anos oitenta. O processo, anunciado oficialmente pelo Exército do Ar e do Espaço da Espanha, busca garantir uma transição ordenada para o novo sistema de armas, com foco integral na formação de pilotos e do pessoal técnico de manutenção.
A chegada do Eurofighter a Gando insere-se nos programas Halcón I e II, que contemplam a aquisição de 45 novos Eurofighter Tranche 4 para o Exército do Ar e do Espaço. Recorde-se que o primeiro foi assinado em 2022, estabelecendo a compra de um lote inicial de 20 aeronaves. Dois anos depois, o programa foi ampliado com a assinatura do governo espanhol e da Agência de Gestão do Eurofighter e Tornado da OTAN (NETMA) para um lote adicional de 25 unidades.
Dessa forma, a Espanha alcançará uma frota de 115 Eurofighter, todos montados nas instalações da Airbus em Getafe, priorizando um forte impacto industrial e tecnológico na defesa nacional.
Já os EF-18 Hornet, incorporados na década de 1980, foram protagonistas da defesa aérea espanhola por mais de 40 anos, participando de missões da OTAN, desdobramentos internacionais e operações de policiamento aéreo no Báltico. No entanto, a sua retirada progressiva marcará o fim de uma etapa, sendo substituídos por um sistema de armas que promete assegurar a continuidade das capacidades aéreas espanholas no âmbito europeu e atlântico.
Vale destacar que a escolha do local onde estas novas aeronaves serão instaladas não constitui um fato isolado, mas responde à posição estratégica da Base Aérea de Gando, no arquipélago das Canárias, que transforma a unidade em um ponto nevrálgico para a defesa do flanco sul da OTAN e para a projeção do poder aéreo em direção à África e ao Atlântico.
Por fim, o plano de transição contempla a formação intensiva do pessoal de manutenção por meio do Curso Family do Eurofighter, inicialmente ministrado na Base Aérea de Morón (Ala 11), onde os alunos receberão instrução teórica e prática durante nove meses. Além disso, serão implementadas adaptações à normativa PERAM (Planos de Padronização e Regulamentação da Manutenção), assegurando que a base esteja plenamente preparada para operar o novo caça de superioridade aérea.
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