Durante o último fim de semana, o presidente Volodymyr Zelensky confirmou ao público que a Ucrânia já recebeu os primeiros sistemas antiaéreos Patriot que foram transferidos de Israel com a intermediação dos EUA, estando estes já implantados em pontos não especificados do território para reforçar a sempre exigida rede de defesa configurada por Kiev. O mandatário acrescentou ainda que as unidades ucranianas aguardam receber ao menos dois novos sistemas adicionais, o que se espera que possa ocorrer em um futuro próximo, juntamente com novos lotes de munições necessárias para operá-los.

A novidade em questão encerra várias idas e vindas em termos de declarações nas quais se afirmava, e depois se negava, a concretização das entregas de sistemas Patriot de Israel para a Ucrânia. Particularmente, foi durante o mês de junho que o Ministério das Relações Exteriores israelense se encarregou de desmentir a meios locais ucranianos que os sistemas antiaéreos haviam sido entregues, após vir a público que o embaixador Michael Brodsky afirmara que Kiev já havia recebido tal armamento. O aparente deslize nas declarações do diplomata ocorreu no marco de uma entrevista com uma blogueira ucraniana, na qual afirmou que se tratava de sistemas que salvaram seu país durante a década de 1990, referindo-se à Guerra do Golfo Pérsico.

Naquele momento, o embaixador Brodsky expressava: “Nós o recebemos dos Estados Unidos e, aliás, esses sistemas agora estão na Ucrânia. Concordamos em transferi-los para a Ucrânia e, infelizmente, não falamos muito a respeito, mas quando dizem que Israel não ajudou militarmente, isso não é verdade.” Além da rápida negativa por parte da mencionada chancelaria, o diplomata também foi questionado por um relatório do parlamento israelense, no qual se afirmava que existiam dúvidas sobre se suas declarações contavam com autorização prévia.

Independentemente dessas declarações, tal como reportávamos em janeiro, já era possível identificar diversos relatos de fontes de inteligência aberta (OSINT) que indicavam movimentos de transporte de ao menos um sistema Patriot de Israel para bases aliadas, juntamente com um lote de cerca de 90 mísseis. Em detalhe, havia sido rastreada uma aeronave C-17 Globemaster III da Força Aérea dos EUA que partiu da Base Aérea de Ramstein, na Alemanha, com destino à Base Aérea de Nevatim, em Israel, permanecendo ali por um período estimado de três horas antes de realizar outro voo para o Aeroporto Internacional de Rzeszow, situado na Polônia; um dos principais pontos de entrega de material militar destinado à Ucrânia.

De uma perspectiva mais ampla, também é importante lembrar que Israel já havia retirado por completo seus sistemas Patriot, de modo que o caminho para entregá-los à Ucrânia já estava praticamente livre. Isso não implica que seus céus tenham ficado desprotegidos, pelo contrário, o país avançou no desenvolvimento local de sistemas antiaéreos mais modernos e adequados às suas necessidades; sendo este o caso do sistema David’s Sling da empresa Rafael e dos sistemas Arrow da Israel Aerospace Industries. Além disso, também se sabe que o país concluiu o desenvolvimento, em parceria com a Elbit Systems, de um novo sistema a laser conhecido como Iron Beam, o qual já se encontra em processo de incorporação.

Imagens usadas a título ilustrativo

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