No âmbito da Conferência de Ar, Espaço e Cibersegurança da Associação das Forças Aéreas e Espaciais (AFA), realizada em National Harbor, a empresa brasileira Embraer, juntamente com a Sierra Nevada Corporation (SNC), anunciou um novo acordo para a venda de uma aeronave A-29 Super Tucano. A operação está inserida no Programa de Vendas Militares ao Estrangeiro (FMS) do governo dos Estados Unidos e tem como objetivo atender à crescente demanda global por aeronaves de ataque leve e de inteligência, vigilância e reconhecimento (ISR).

A aquisição por parte da SNC representa um passo preliminar a um pedido maior por meio do FMS, que permitirá a um parceiro estrangeiro iniciar imediatamente o treinamento de seus pilotos. Este investimento inicial traduz-se em uma vantagem-chave: reduzir em até um ano o tempo necessário para alcançar a Capacidade Operacional Inicial (COI). A aeronave será fabricada na planta da Embraer localizada em Jacksonville, Flórida, a mesma que entregou quase 50 aviões deste modelo a diferentes forças aéreas do mundo na última década.

Segundo destacou Frederico Lemos, vice-presidente comercial da Embraer Defense & Security, o A-29 Super Tucano mantém uma trajetória de sucesso como aeronave de fabricação norte-americana no âmbito do FMS, oferecendo capacidades de ataque leve e multimissão a um custo competitivo. Por sua vez, Jon Piatt, vice-presidente executivo da SNC, ressaltou a estratégia de investimento antecipado da companhia, orientada a garantir mais tempo de treinamento para os pilotos e uma entrada em serviço mais ágil.

O A-29 Super Tucano se destaca por sua versatilidade, robustez e capacidade de operar em ambientes austeros e pistas não preparadas. É capaz de executar uma ampla gama de missões, incluindo apoio aéreo aproximado, interdição, patrulha, operações ISR, treinamento avançado e missões JTAC. Sua confiabilidade e baixos custos operacionais levaram 22 forças aéreas ao redor do mundo a selecioná-lo, acumulando mais de 600.000 horas de voo.

Embora o futuro cliente não tenha sido divulgado, o fato de que esta venda esteja vinculada a uma futura adjudicação sob o esquema FMS indica que se trataria de um novo operador. Com esta modalidade, busca-se garantir que as fases iniciais de treinamento e integração se desenvolvam sem atrasos, consolidando o posicionamento do A-29 como opção de referência entre as aeronaves de ataque leve.

Este anúncio parece reverter a tendência de incerteza que afetava a Embraer nos Estados Unidos. Sem novos contratos canalizados pelo FMS, a planta de Jacksonville enfrentava sérias dificuldades devido à falta de pedidos. Mais de uma década após a sua inauguração, o ritmo de produção havia se reduzido ao mínimo após o fim da missão norte-americana no Afeganistão.

Cabe destacar que, enquanto a planta norte-americana depende exclusivamente das vendas sob FMS, a Embraer continua fechando contratos na América Latina por meio de sua linha de produção no Brasil. A recente aquisição de quatro A-29 pela Força Aérea Uruguaia e outros seis pela Força Aérea Paraguaia – força que já recebeu suas primeiras quatro aeronaves –, ambas fora do esquema FMS, evidenciam a relevância das vendas estatais diretas na estratégia regional da companhia.

Imagens utilizadas com caráter ilustrativo.-

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