Tendo em vista a incorporação de novos submarinos, a Marinha da Grécia teria recebido uma nova proposta integral por parte da empresa sul-coreana Hanwha Ocean, para complementar os Tipo 214 que atualmente compõem a força naval helênica. De acordo com informações de meios locais, a oferta da companhia asiática se concentraria no fornecimento de quatro modernos submarinos KSS-III Batch II (classe Dosan Ahn Changho), um projeto já oferecido em outros programas internacionais.
Com base no que foi recentemente revelado, a proposta inclui não apenas a construção de novas unidades, mas também a modernização dos quatro submarinos de ataque U214 de projeto alemão, também conhecidos como classe Papanikolis, atualmente em operação na marinha grega (a Coreia do Sul tem experiência nesse modelo, já que construiu, sob licença alemã, novos submarinos U214 para sua própria marinha). O programa abrangeria os quatro exemplares que hoje compõem a frota: HS Papanikolis, HS Pipinos, HS Matrozos e HS Katsonis.
Requisitos da Marinha Helênica
Como contexto, em maio passado, a Marinha Helênica publicou as diretrizes técnicas de seu programa de submarinos, que estabelecem requisitos para a incorporação de pelo menos quatro novas unidades. Entre os pontos destacados estão: pelo menos 25% de participação da indústria nacional, obrigatoriedade de sistemas de propulsão independentes do ar (AIP), baixa indiscrição acústica, baterias de íon-lítio, alto nível de automação, sonar e a capacidade de empregar tanto mísseis antinavio quanto de ataque terrestre. Além disso, busca-se a integração de sistemas não tripulados, tanto aéreos como submarinos.
A proposta da Hanwha Ocean
Com base nesses requisitos, a Hanwha Ocean oferece um pacote integral que contempla a construção conjunta em estaleiros gregos, com transferência de tecnologia e participação da indústria local. Além disso, como mencionado, propõe a modernização dos atuais Tipo U214, o que permitiria à Grécia manter uma frota homogênea e atualizada.
A proposta se insere ainda em um esquema mais amplo de cooperação em matéria de defesa, que inclui drones e veículos terrestres, com forte ênfase na coprodução e na integração ao ciclo de rearmamento europeu. É importante ressaltar também que este não é um esforço isolado: a Hanwha vem promovendo os submarinos KSS-III em vários programas pelo mundo, entre eles Canadá, Polônia e Peru. Em todos os casos, a empresa sul-coreana tem colocado à mesa pacotes que incluem construção local e transferência de tecnologia, buscando posicionar seu projeto como alternativa frente aos concorrentes europeus.
Seguindo essa linha, a concorrência no programa grego para os novos submarinos conta com outras ofertas. A Naval Group participa com seus submarinos Scorpène e Barracuda, enquanto a alemã TKMS promove seus projetos Type 218, 209NG e 212CD. Já a Saab compete com o sueco A26. Todas essas alternativas destacam capacidades similares em termos de AIP, automação, sensores de última geração e amplos pacotes de cooperação industrial.
KSS-III Batch II na Coreia do Sul
Atualmente, a Marinha da Coreia do Sul conta com três submarinos KSS-III em serviço e avança na construção da segunda série (Batch II), projetados para portar mísseis de cruzeiro e balísticos, além de torpedos pesados, o que os posiciona como plataformas de alta capacidade dissuasória. Demonstrando esse avanço, em outubro de 2024 foi iniciada a construção do terceiro e último submarino dessa variante para a Marinha sul-coreana (ROKN), com previsão de conclusão para 2029 e entrega em 2031, após completar testes de navegação e integração de sistemas. Para os analistas, ainda que a configuração final para a Grécia dependa de futuras negociações, trata-se de uma característica que adiciona atratividade à proposta sul-coreana.
Você também pode se interessar por: Os caças F-15J da Força Aérea de Autodefesa do Japão chegaram à Alemanha pela primeira vez na história
Estamos procurando por você! Vaga aberta na Equipe Editorial da Blue Field Media para o cargo de Correspondente no Brasil
