Com a recente apresentação do Projeto Orçamentário de 2026, vieram à tona algumas das iniciativas que complementarão o programa de aquisição de caças F-16 AM/BM Fighting Falcon da Força Aérea Argentina. Entre elas, a incorporação de um Sistema Integrado de Segurança e Defesa Militar para aumentar a proteção das unidades a partir das quais os novos caças operarão.

Conforme detalhamos há alguns dias, o projeto para incorporar um “Sistema Integral de Segurança e Defesa Militar para Aumentar a Capacidade de Proteção do Sistema Aéreo F-16” deverá ser implementado na Área Material do Rio IV, em Córdoba, e na VI Brigada Aérea, em Tandil, com um investimento previsto de US$ 892,477 bilhões de pesos.
Vale destacar que os primeiros F-16 operarão inicialmente nas instalações da Força Aérea Argentina em Las Higueras, cidade próxima à cidade de Río Cuarto. Tanto a pista quanto as instalações passaram e continuam passando por diversas obras para prepará-las para os novos caças, que devem pousar em solo argentino no início de dezembro, segundo o Ministério da Defesa e a FAA. As aeronaves serão posteriormente incorporadas à VI Brigada Aérea em Tandil, assim que as obras naquela instalação forem concluídas.
Segurança e Defesa Terrestre de Bases Aéreas Militares
Antes de continuar explorando o escopo do programa, vale a pena abordar alguns conceitos para entender e diferenciar Segurança e Defesa. Para tanto, citaremos conceitos apresentados na tese final “Segurança e Defesa Terrestre de Bases Aéreas Militares na Argentina. Diretrizes para uma Organização Eficiente no Médio Prazo”, do Diretor Executivo Marcelo Alejandro Sánchez.

Entende-se por Segurança Terrestre de Base Aérea Militar “…o conjunto de medidas e procedimentos destinados a prevenir, detectar, alertar, reagir e neutralizar potenciais ameaças terrestres que possam atuar hostilmente contra aeródromos permanentes, semipermanentes ou temporários da Força Aérea ou de outras forças armadas, a fim de preservar recursos humanos, materiais, informações e instalações…”.
As tarefas de segurança serão executadas dentro do perímetro do aeródromo (ou dentro do âmbito da jurisdição militar), enquanto sua preparação e execução “…são realizadas e aplicadas tanto em tempo de paz quanto em tempo de conflito…”
Ela inclui:
- Medidas Passivas: Procedimentos preventivos que visam proteger pessoal, ativos e informações. Isso é alcançado por meio de planejamento prévio e monitoramento contínuo, “…para prevenir potenciais ações hostis dentro do perímetro da unidade ou jurisdição militar, antes que elas ocorram…”
- Medidas Ativas: Soluções adotadas “…para neutralizar ou reduzir a eficácia de uma ação hostil dentro do perímetro da unidade…”

Por sua vez, a Defesa Terrestre de Bases Aéreas Militares envolve “…ações destinadas a prevenir, interromper ou reduzir os efeitos de ataques terrestres de um oponente em situação de conflito, contra os meios localizados em um aeródromo, mantendo o controle do terreno permanente ou temporariamente…”
“…Para a defesa de um aeródromo, será utilizado um dispositivo de defesa terrestre em profundidade, com o objetivo de alcançar a capacidade de atuar efetivamente a uma determinada distância dos objetivos críticos a serem defendidos. Essa distância será definida pelo alcance direto ou indireto das armas do oponente que lhe permitam causar danos sem a necessidade de penetrar no dispositivo de defesa…”
“…O treinamento, o equipamento, a organização e a operação adequados e pertinentes serão análogos aos de uma unidade de infantaria leve…”
Projeto de Incorporação de um Sistema Integral de Segurança e Defesa para a Proteção de Caças F-16
A incorporação dos caças F-16 AM/BM Fighting Falcon está exigindo um esforço considerável da Força Aérea Argentina e do próprio Ministério da Defesa, não apenas por considerações puramente orçamentárias, mas também por todas as mudanças que precisam ser feitas para operar, manter e sustentar o novo sistema de armas. Nesse sentido, destacamos as palavras de um funcionário da FAA, que acertadamente destacou que a chegada dos F-16 forçaria a instituição a realizar mudanças radicais, não apenas materiais, mas também na própria cultura organizacional da Força.

Conforme mencionado, uma série de iniciativas complementares foram adicionadas aos F-16, incluindo a incorporação de um Sistema Integrado de Segurança e Defesa para proteção. Sob o código BAPIN 151349, a Força Aérea pretende adquirir:
- Um veículo do tipo van para transferência de pessoal e tarefas de patrulha
- Coletes de combate com proteção balística
- Proteção balística e capacetes de combate abrangentes
- Material e elementos de implantação para combatentes individuais
- Drone autônomo para vigilância e uso militar
- Fuzil calibre 9×19
À primeira vista, trata-se de material para equipar um elemento de segurança com capacidades básicas, de acordo com os requisitos atuais: proteção individual, armas e drones, este último considerado uma ferramenta essencial hoje em dia. Espera-se que este sistema seja complementado por um sistema relacionado à infraestrutura, que inclui comunicações, equipamentos de monitoramento EO/IR, entre outros.

A compra proposta, bem como outros recursos, provavelmente será financiada pela Diretoria de Segurança Terrestre e Defesa, criada em 2012. Sua missão é “…o planejamento, a execução, a coordenação e a supervisão da segurança terrestre e da defesa dentro da jurisdição militar da Força Aérea… seu objetivo é alcançar um trabalho coordenado e integrado entre todas as suas agências para alcançar um sistema abrangente de segurança terrestre e defesa eficaz e eficiente…”
Tanto a Área de Material do Rio IV quanto a VI Brigada Aérea têm suas respectivas Companhias de Segurança Terrestre e Defesa.
Imagem ilustrativa da capa: Pessoal de segurança da Força Aérea Real Dinamarquesa em uma missão recente na Groenlândia. Créditos: Forsvaret
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