Como parte de sua exposição no Salão Aéreo de Changchun, a Força Aérea da China exibiu um antigo caça Shenyang J-6 convertido em um Veículo Aéreo de Combate Não Tripulado (UCAV) – drone -, permitindo que observadores registrassem as primeiras imagens de um projeto que vinha ganhando espaço entre diversos analistas. Segundo relatos, este é apenas um dos modelos já obsoletos em que a empresa chinesa está trabalhando nesse sentido. Acredita-se que suas aeronaves J-7 e J-8 também seriam submetidas a trabalhos semelhantes para convertê-las em unidades de treinamento, chamarizes ou enxames que prejudicariam as defesas aéreas inimigas em potenciais conflitos futuros.
As imagens em questão foram compartilhadas por fontes de inteligência aberta (OSINT) especializadas em desenvolvimentos militares chineses, destacando que a cabine da aeronave não incluía mais o assento do piloto, juntamente com uma placa escrita em mandarim especificando que se tratava de um caça J-6. Imagens semelhantes de uma aeronave desse tipo foram publicadas em 2021, com o assento removido e uma breve descrição sugerindo que o modelo ainda estava em serviço, embora “não como costumava ser”. Vale lembrar que as aeronaves mencionadas foram fabricadas sob licença como derivadas dos modelos soviéticos MiG-19 e MiG-21 e já haviam sido aposentadas devido à sua idade.
Por outro lado, é útil lembrar que Pequim tem se interessado em converter esses caças antigos desde pelo menos 2018, quando uma série de pôsteres pôde ser vista no Zhuhai Air Show retratando projetos de caças J-6, J-7 e J-8 modificados para conversão em drones. Em 2022, trabalhos analíticos como o conduzido pelo Instituto Mitchell de Estudos Aeroespaciais revelaram que a China havia desenvolvido até cinco aeródromos avançados capazes de implantar esses tipos de sistemas, uma lista composta pelas instalações em Shuimen, Longtian, Luocheng/Huian, Zhangzhou e Shantou. Este último pertence ao Comando do Teatro de Operações Sul, enquanto o restante está sob a jurisdição do Comando do Teatro de Operações Leste.
Diretamente relacionado ao mencionado, o relatório destacou que esses vários aeródromos estavam em uma posição privilegiada para implantar meios aéreos em caso de um ataque contra Taiwan, demonstrando que os novos UCAVs chineses poderiam atuar como uma primeira onda de ataque contra as defesas aéreas inimigas. As imagens de satélite avaliadas também mostraram os caças J-6 e J-7 nas pistas, à vista de todos, embora supostamente já estivessem aposentados. Não está claro, no entanto, se Pequim conseguiu equipá-los com mísseis, foguetes ou bombas que lhe permitiriam realizar ataques por conta própria, ou se seu papel se limitaria principalmente a servir de chamariz para baterias antiaéreas.


Além disso, os relatórios citados sugerem que pelo menos um dos principais pontos de produção dessas novas aeronaves convertidas em UCAVs ocorreria na chamada “Unidade de Conversão de Lushan”. Diversas fotografias de satélite mostram um número significativo de caças J-6 e J-7 estacionados fora das instalações entre 2018 e 2020. Em termos concretos, sugeriu-se que pelo menos 235 aeronaves passaram por este local até o final de 2021, enquanto em abril de 2022, o número foi estimado em mais de 500 unidades.
Finalmente, é importante notar que a China implantou um conjunto significativo de defesas aéreas para proteger os aeródromos mencionados, principalmente os SAMs HQ-9 e S-300. Em suma, sabe-se que alguns deles também operam os caças Su-30MKK e J-10 da Força Aérea do Exército de Libertação Popular, enquanto as novas aeronaves de alerta antecipado e controle de tráfego aéreo KJ-500 deverão ser gradualmente incorporadas no futuro; alternativamente, os modelos KJ-3000 ou os sistemas aéreos não tripulados WZ-9 Divine Eagle poderiam ser adicionados.
*Créditos da imagem a quem for apropriado.
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