Conforme confirmado pelo Ministério da Defesa da Rússia, unidades de superfície da Frota do Norte da Marinha Russa realizaram missões de guerra antiaérea no Mar de Barents na terça-feira, como parte dos exercícios combinados “ZAPAD 2025”, que estão sendo conduzidos com as Forças Armadas da Bielorrússia. As manobras se concentraram em repelir um ataque aéreo simulado. Lá, as tripulações dos navios participantes empregaram sistemas de defesa aérea baseados em mísseis e conseguiram “detectar, classificar, rastrear e neutralizar alvos”, de acordo com a força.
Este exercício foi conduzido pelo contratorpedeiro Severomorsk no norte do Mar de Barents. Lá, o navio antissubmarino da classe Udaloy (Projeto 1155) realizou tarefas de defesa aérea e cobertura, com foco no posicionamento de chamarizes e na interceptação de aeronaves inimigas simuladas.
O Ministério da Defesa da Rússia confirmou que o Severomorsk disparou contra alvos aéreos simulados, utilizando o sistema de mísseis antiaéreos Kinzhal em combinação com os sistemas de artilharia AK-100 e AK-630. Simultaneamente, o cruzador de mísseis Marshal Ustinov e a fragata Admiral Golovko repeliram um ataque aéreo de aeronaves inimigas simuladas perto da costa. Pilotos do corpo de aviação misto da Frota do Norte testaram as defesas dos navios, realizando ataques simulados de diferentes altitudes e direções.


O Mar de Barents como Palco Principal
Conforme relatado anteriormente pela Zona Militar, a Frota do Norte da Marinha Russa também realizou diversas manobras na última segunda-feira, especificamente o lançamento prático do míssil hipersônico 3M22 Zircon. A operação foi realizada pela fragata Almirante Golovko contra um alvo no Mar de Barents. O resultado foi confirmado como completamente destruído por um impacto direto no alvo designado para o exercício.

O Ministério da Defesa da Rússia declarou em comunicado que a área de lançamento havia sido fechada anteriormente ao transporte marítimo e aéreo civil. Isso ocorreu antes da designação do alvo, que foi fornecida por uma aeronave antissubmarino de longo alcance Tu-142 da Frota do Norte. Além disso, ações para proteger instalações costeiras, coordenar grupos de forças heterogêneos e empregar armas de alta precisão na zona ártica foram realizadas no âmbito do mesmo exercício.
Contexto Regional Agitado
O exercício ZAPAD 2025 começou em 12 de setembro em meio a um cenário regional marcado por tensões entre vizinhos. Embora envolva vários campos de treinamento na Rússia e na Bielorrússia, bem como nos Mares Báltico e de Barents, países como a Polônia emitiram declarações contundentes sobre as manobras, classificando-as como “agressivas” e ameaçadoras à sua segurança nacional.

Vale lembrar que, na mesma semana em que as manobras conjuntas do Zapad começaram, a Polônia acusou a Rússia de lançar deliberadamente drones em seu espaço aéreo. Esse incidente levou a OTAN a abatê-los, marcando o primeiro ataque contra alvos russos desde o início do conflito em 2022. Por esse motivo, a Polônia fechou sua fronteira com a Bielorrússia como medida preventiva, enquanto a Letônia e a Lituânia impuseram restrições ao seu espaço aéreo.
No entanto, tanto Moscou quanto Minsk indicaram que as atividades são de natureza defensiva e limitadas às suas regiões orientais. De acordo com ambos os Ministérios da Defesa, o Zapad 2025 visa testar as capacidades de defesa, a reconquista territorial e a proteção das fronteiras. Segundo o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, as manobras conjuntas foram planejadas com antecedência e não são direcionadas a nenhum terceiro país. O funcionário enfatizou que se trata de um exercício “de cooperação e coordenação militar entre dois aliados estratégicos”.
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