O governo da Dinamarca decidiu suspender a proibição que vigorava desde 2023 sobre a exportação para a Índia de um componente considerado crítico para o programa do caça leve LCA Tejas Mk1A: o amplificador de carga do motor. A medida ocorreu após gestões diplomáticas realizadas por Nova Délhi e permitirá retomar a cadeia de suprimentos para a Hindustan Aeronautics Limited (HAL), empresa responsável pela fabricação das aeronaves.

O componente em questão, fabricado por uma empresa dinamarquesa, é um dispositivo eletrônico avançado que integra o motor GE F404-IN20 dos Tejas Mk1A, responsável por processar sinais de vibração e garantir o desempenho e o diagnóstico do propulsor em diferentes condições operacionais. Sua inclusão na lista de bens de uso dual havia gerado atrasos nas entregas previstas para a Força Aérea da Índia (IAF).

Um funcionário de defesa citado pelo ThePrint afirmou: “O amplificador de carga era a peça crítica que não pudemos mencionar antes devido à sua sensibilidade. A proibição da Dinamarca foi um duro golpe, mas sua decisão de retomar o fornecimento após as gestões da Índia nos ajudou a seguir em frente.” Segundo informado, os primeiros envios serão retomados em meados de 2025, o que permitirá à HAL manter seu cronograma de produção de entre 16 e 18 aeronaves anuais a partir do final desse mesmo ano.

A decisão dinamarquesa ocorre em paralelo aos esforços da Índia para reduzir sua dependência externa. A HAL trabalha na nacionalização do amplificador por meio de uma empresa sediada em Bengaluru, com o objetivo de evitar futuras interrupções.

O levantamento do veto se insere em um contexto de cooperação estratégica entre Índia e Dinamarca, ao mesmo tempo em que o país asiático busca consolidar-se como um polo de manufatura de defesa. A resolução do impasse também é vista como um alívio para os planos da IAF de alcançar a meta de 83 aeronaves Tejas Mk1A incorporadas até 2029.

Enquanto isso, a Índia avança com outros projetos de modernização. Em abril, o governo aprovou a compra de 97 novos caças LCA Tejas Mk1A, por um valor estimado em 62.000 milhões de rúpias, que se somarão ao pedido anterior de 83 unidades. No total, a IAF contará com 180 aeronaves desse modelo, destinadas a substituir gradualmente os MiG-21 após mais de seis décadas de serviço.

Os novos aparelhos, com 65% de componentes de fabricação local, incorporam melhorias em aviônica e radar, fortalecendo o programa Made in India e a HAL como seu principal executor. Em paralelo, Nova Délhi aprovou a modernização de até 84 caças Su-30MKI e mantém o interesse na aquisição de aviões Rafale de origem francesa, além de impulsionar o desenvolvimento do caça de quinta geração AMCA.

No que diz respeito aos motores, a HAL confirmou recentemente o recebimento de um segundo propulsor F404 fabricado nos Estados Unidos, como parte de um lote de 99 unidades acordadas em 2021. A companhia espera completar a entrega de uma dúzia de motores antes do fim do presente ano fiscal, o que permitirá sustentar a produção dos Tejas Mk1A.

Com essas decisões, a Força Aérea da Índia projeta recuperar gradualmente seu número de esquadrões, atualmente em 29, frente aos mais de 40 considerados necessários para seus requisitos estratégicos.

Imagens meramente ilustrativas.

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