No contexto do crescente desdobramento militar no mar do Caribe, o governo dos EUA confirmou o envio de novos meios aéreos baseados em Porto Rico. Junto com os caças furtivos F-35, os EUA também estão destacando drones armados MQ-9 Reaper para intensificar suas operações na região, com foco especial em missões de vigilância e ataque contra organizações criminosas ligadas ao narcotráfico. Esse movimento amplia a estratégia de pressão sobre a Venezuela e soma-se a uma série de incidentes recentes que elevaram as tensões com o regime de Nicolás Maduro.

A chegada dos drones MQ-9 Reaper foi evidenciada por imagens divulgadas em diversos meios internacionais, nas quais se observa um desses aparelhos armado com mísseis AGM-114 Hellfire operando a partir do Aeroporto Internacional Rafael Hernández de Aguadilla, no noroeste de Porto Rico. Capazes de realizar missões de reconhecimento e ataques de precisão, esses drones constituem uma das plataformas mais eficazes em operações contra alvos móveis, como lanchas rápidas empregadas por organizações dedicadas ao narcotráfico.

De fato, nos últimos dias, o próprio presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou ter ordenado um ataque contra uma lancha que transportava drogas. O fato ocorreu em 2 de setembro em águas internacionais, em um contexto de intensificação das operações de segurança marítima impulsionadas pelo Pentágono na região. Diante do desdobramento dos MQ-9 Reaper, estima-se que a ação poderia ter sido executada por um desses drones. O episódio, que resultou na destruição da embarcação e na morte de seus onze ocupantes, ainda não foi atribuído oficialmente a uma unidade específica, embora a presença desses sistemas armados na área fortaleça tal hipótese.

Paralelamente, os EUA confirmaram o envio de um destacamento de até dez caças F-35 para Porto Rico. Essas aeronaves de quinta geração, dotadas de características furtivas e sistemas de combate de última geração, têm a missão de reforçar as capacidades de dissuasão aérea diante das crescentes tensões com a Aviação Militar Bolivariana da Venezuela. Nos últimos dias, caças F-16 venezuelanos realizaram passagens a muito baixa altura sobre o destróier USS Jason Dunham, o que foi denunciado pelo Departamento de Guerra como uma manobra hostil.

A decisão de enviar F-35 responde, ainda, a um quadro operacional mais amplo que inclui a presença de mais de 4.500 efetivos norte-americanos na região. Esse desdobramento se enquadra em uma estratégia militar sem precedentes no Caribe. Atualmente, os Estados Unidos mantêm na área o Agrupamento Anfíbio liderado pelo USS Iwo Jima (LHD-7), junto com os navios USS San Antonio (LPD-17) e USS Fort Lauderdale (LPD-28), totalizando mais de 2.000 fuzileiros navais. A essas forças somam-se destróieres da classe Arleigh Burke: os USS Gravely (DDG-107), USS Jason Dunham (DDG-109) e USS Sampson (DDG-102), além do navio de combate litorâneo USS Minneapolis-St. Paul (LCS-21).

Dias atrás também foi confirmado o desdobramento do cruzador de mísseis guiados USS Lake Erie (CG-70), equipado com o sistema de combate AEGIS, e do submarino nuclear de ataque USS Newport News (SSN-750), da classe Los Angeles. Esses ativos estão posicionados em áreas estratégicas do Caribe, ampliando a capacidade de reação de Washington diante de cenários de tensão militar ou de interdição contra grupos criminosos.

A escalada de incidentes no Caribe insere-se na estratégia da Casa Branca de declarar como “terroristas estrangeiros” certos cartéis, entre eles o Tren de Aragua, com forte presença na Venezuela e projeção regional. A designação habilita operações militares diretas e tem sido um dos fundamentos para justificar o aumento de meios aéreos e navais na região.

Nesse contexto, as declarações do presidente Donald Trump elevaram ainda mais a tensão diplomática. Após a segunda passagem de F-16 venezuelanos contra o USS Jason Dunham, o mandatário advertiu que, se alguma unidade norte-americana for colocada em risco, não hesitarão em abater as aeronaves hostis. A mensagem, dirigida diretamente ao regime de Caracas, confirma que o desdobramento de caças furtivos e drones armados não responde apenas ao combate ao narcotráfico, mas também a uma estratégia de dissuasão diante de eventuais choques militares no Caribe.

*Imagem de capa de caráter ilustrativo.-

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