Após um importante período afastados da linha de frente devido às grandes baixas sofridas pelas mãos russas, os drones Bayraktar TB-2 das Forças Armadas da Ucrânia voltam a ser empregados em combate, conforme pôde ser observado em operações realizadas durante esta semana. Em particular, os sistemas de origem turca foram vistos em uma missão de ataque contra um navio e tropas russas que se encontravam posicionados nas costas do Mar Negro, a qual ocorreu na última quarta-feira.

Cabe lembrar, nesse sentido, que os drones do tipo MALE (Medium Altitude, Long Endurance) vinham sendo destinados a missões de vigilância sobre áreas operacionais secundárias, onde podiam permanecer longe dos principais e mais modernos sistemas antiaéreos e de guerra eletrônica russos. Um grande contraste com os primeiros momentos da guerra, quando os sistemas não tripulados eram frequentemente vistos em ataques ucranianos contra diferentes posições e plataformas, incluindo navios e comboios terrestres blindados.

Ampliando sobre as missões nas quais o Bayraktar TB-2 voltou a ser visto em ação, a Marinha da Ucrânia publicou nesta semana em seu canal no Telegram: “A Marinha destruiu outra lancha rápida da Frota Russa do Mar Negro, que tentava transportar uma unidade de tropas aerotransportadas para o istmo de Tendrivska. Sete ocupantes foram eliminados e quatro ficaram feridos.” Além disso, a instituição havia publicado semanas atrás um material multimídia que mostrava o uso desses drones contra uma pequena embarcação que se encontrava nas proximidades do porto de Zaliznyi, sendo possível notar o emprego de pequenas armas guiadas em quantidade para neutralizá-la. Remontando ao mês de junho, também encontramos outro precedente de ataques contra um navio de desembarque nas costas de Kherson.

Embora se trate de uma série de exemplos que estão longe de mostrar um nível de atividade semelhante ao observado nos primeiros momentos do conflito, esses casos indicam que os drones estão gradualmente voltando a assumir o papel para o qual foram originalmente adquiridos por Kiev, ainda que estejam preparados para as missões de reconhecimento às quais haviam sido relegados. É útil lembrar, nesse sentido, que a Ucrânia já utilizava os Bayraktar TB-2 em missões de ataque mesmo antes do início da invasão russa em 2022, quando combatia forças separatistas na região de Donbass; o primeiro registro data de outubro de 2021.

Por outro lado, aprofundando em como esses sistemas não tripulados haviam sido retirados do combate, é possível remeter-se a relatórios de meios locais e fontes de inteligência aberta (OSINT) de 2023. Com um número crescente de baixas, esses apontavam para um aumento da presença dos sistemas antiaéreos Pantsir-S1, Buk e Tor, além do uso cada vez maior de sistemas mais avançados de guerra eletrônica. Nesse contexto, os drones de grande porte e baixa velocidade tornaram-se alvos altamente vulneráveis para as defesas russas, as quais tiveram que ser reduzidas por ataques aéreos e terrestres para permitir o retorno dos Bayraktar TB-2; revelando mais uma vez que os drones ainda não são suficientes por si só no combate moderno.

Diretamente relacionado a isso, analistas de meios especializados concordam que foi fundamental o emprego contínuo dos mísseis antirradição AGM-88 (HARM) e de bombas planadoras lançadas por caças tripulados, liberando assim zonas anteriormente altamente povoadas por sistemas antiaéreos. Na mesma lógica, as atividades dos drones também têm se beneficiado em regiões geográficas montanhosas e litorâneas, onde a própria natureza dificulta o posicionamento de sistemas antiaéreos. Por fim, é importante destacar que a Ucrânia agora também conta com uma fábrica capaz de produzir os Bayraktar TB-2 em território local, o que lhe confere maior capacidade para substituir as unidades perdidas em combate.

Imagens utilizadas apenas de forma ilustrativa

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