Nesta semana, as Forças Armadas da Malásia decidiram cancelar a compra de quatro antigos helicópteros UH-60A Black Hawk dos Estados Unidos, operação na qual seria investido um valor próximo a RM 187 milhões (cerca de USD 44 milhões). A decisão ocorre poucos dias depois de o monarca do país, o sultão Ibrahim ibni Iskandar, ter tornado públicas diversas críticas sobre a segurança das plataformas, às quais chegou inclusive a chamar de “caixões voadores”, devido à sua idade superior a três décadas.
A decisão já foi confirmada publicamente pelo Chefe das Forças Armadas da Malásia, o general Tan Sri Mohd Nizam Jaffar, que também indicou que o país já iniciou um novo processo de licitação para realizar a aquisição. Em suas próprias palavras: “As MAF sempre respeitarão e cumprirão o decreto de Sua Majestade o Sultão Ibrahim sobre a compra de velhos helicópteros Black Hawk, a maioria dos quais tem mais de 30 anos. Não buscaremos Black Hawks de forma alguma e tomamos nota dos desejos de Sua Majestade. A licitação para a compra já foi emitida.”
Cabe recordar que o monarca malaio possui o poder de emitir esse tipo de decreto, já que também é o Comandante Supremo das Forças Armadas do país. Anteriormente, já havia instado o Ministério da Defesa a não repetir os mesmos erros de aquisições passadas, com comentários incisivos. Referimo-nos às suas recentes declarações sobre os funcionários da pasta, a quem acusou de inflar os preços em sua posição de intermediários e de tentar enganá-lo durante o processo.
Entre suas diversas manifestações, o sultão afirmou: “Acredito que tudo isso acontece porque o Ministério da Defesa está cheio de agentes ou ex-generais que se tornaram vendedores (…) Se tivermos que seguir o preço inflado do intermediário em cada compra, a atual dotação não será suficiente. Portanto, não tentem me enganar. Se não quiserem me ouvir, não os repreenderei mais depois disso.” Essas palavras foram proferidas durante o desfile do 60º aniversário do Rejimen Gerak Khas.
Além da posição descrita, é importante destacar também que o processo de aquisição dos helicópteros UH-60A já havia apresentado antecedentes problemáticos no país asiático, o que reforça ainda mais as observações do monarca. Nesse sentido, deve-se mencionar que o contrato de arrendamento originalmente negociado chegou a ser alvo de avisos de cancelamento durante 2024, sob o argumento de que o fornecedor não conseguiu cumprir os prazos de entrega previstos. Após isso, foi lançado um novo processo de compra com os mesmos fundos orçamentários, que, segundo especulavam os relatórios locais, voltava a incluir os exemplares de origem norte-americana e que agora seriam definitivamente descartados.
Imagens utilizadas apenas para fins ilustrativos
Você pode se interessar por: A Índia poderia equipar os caças Su-30MKM da Força Aérea da Malásia com seus mísseis antinavio BrahMos-A
