Como parte da modernização de suas unidades de superfície, a Marinha do Brasil (MB) concluiu com sucesso os primeiros testes de mar da fragata Tamandaré (F200), marcando o início de sua fase de navegação. O navio, primeira unidade do Programa de Fragatas Classe Tamandaré (PFCT) e embarcação que dá nome à nova série, partiu do estaleiro Thyssenkrupp Estaleiro Brasil Sul, em Itajaí, Santa Catarina, para avaliar a integração dos sistemas de propulsão, geração de energia e automação, bem como o desempenho dos painéis elétricos, alarmes e sistemas de segurança.

Lançada ao mar em agosto de 2024, a Tamandaré representa um marco para a Marinha do Brasil, sendo a primeira das quatro unidades modernas contempladas no PFCT. Após essa fase de navegação, a fragata retornará ao processo de treinamento de tripulação, com vistas a entrar em serviço pleno antes do final do ano. Segundo o Vice-Almirante Marcelo da Silva Gomes, Diretor de Gestão de Programas da Marinha, esses testes de mar são uma etapa fundamental para garantir a entrega de uma embarcação segura e em plena operação.
A importância dessa etapa é reforçada pelo recente lançamento da segunda unidade do programa, a fragata Jerônimo de Albuquerque (F201), em cerimônia realizada em 8 de agosto com a presença de autoridades civis e militares e representantes da indústria naval. Com as duas unidades avançando em paralelo, o ritmo de execução do PFCT consolida a estratégia de modernização da força de superfície da Marinha do Brasil e marca uma mudança de paradigma na indústria naval do país.
Construída pela Sociedade de Propósito Específico (SPE) Águas Azuis — uma joint venture entre a Thyssenkrupp Marine Systems (TKMS), a Embraer Defesa & Segurança e a Atech — a fragata Tamandaré é baseada no projeto alemão MEKO A100. Seu desenvolvimento incluiu uma extensa fase de instalação e calibração em docas, e atualmente está passando por testes de mar para verificar o desempenho da plataforma, sistemas de combate, sensores e armas.

Em termos de capacidades, o Tamandaré integrará um Sistema de Gerenciamento de Combate (SGC) desenvolvido pela Atech em conjunto com a Atlas Elektronik, responsável pela coordenação de 22 subsistemas. Seu armamento inclui mísseis antinavio MANSUP de desenvolvimento nacional, mísseis antiaéreos MBDA Sea Ceptor, um canhão OTO Melara-Leonardo de 76/62 mm, canhões Rheinmetall Sea Snake de 30 mm, um lançador de torpedos SEA TLS-TT e um sistema de contramedidas Terma C-Guard.
A fragata também contará com um Sistema Integrado de Gerenciamento de Plataforma (SGP), desenvolvido pela Atech e pela L3Harris, que monitora e controla 68 sistemas essenciais, incluindo propulsão, energia, sistemas auxiliares e controle de avarias. Essas inovações não apenas aumentam a capacidade operacional da Marinha do Brasil, mas também impulsionam a indústria local por meio de um alto nível de transferência de tecnologia e da participação de fornecedores nacionais.

O PFCT, considerado um dos maiores programas navais da história do país, planeja entregar quatro fragatas até 2029, com o objetivo de substituir gradualmente as antigas fragatas da classe Niterói. Com a conclusão dos primeiros testes de mar da Tamandaré (F200) e o recente comissionamento da Jerônimo de Albuquerque (F201), a Marinha do Brasil avança continuamente na renovação de suas capacidades de combate, garantindo maior presença e eficácia na proteção dos 5,7 milhões de quilômetros quadrados da Amazônia Azul.
*Créditos da imagem: Marinha do Brasil.
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