Com vistas à realização do Exercício Zapad 2025 no próximo mês, o ministro da Defesa da Bielorrússia afirmou que a vizinha Rússia deverá deslocar seu novo míssil hipersônico Oreshnik, acompanhando uma série de simulações que também envolverão o uso de armamento nuclear. As declarações do ministro Viktor Khrenin chamaram especial atenção, uma vez que ocorrem pouco mais de um mês após a confirmação de que Moscou teria iniciado a produção desse armamento e, ao mesmo tempo, a apenas alguns dias de uma reunião planejada entre o presidente Vladimir Putin e seu homólogo norte-americano Donald Trump no Alasca para discutir um possível fim da Guerra da Ucrânia.

Aprofundando em alguns detalhes, vale recordar que esta edição do Exercício Zapad será realizada entre 12 e 16 de setembro, tendo a Bielorrússia como anfitriã. Segundo o Ministério da Defesa em Minsk, as atividades representarão uma oportunidade importante para que as tropas do país possam se familiarizar com o uso do novo míssil Oreshnik e com diferentes tipos de armamentos nucleares presentes no arsenal russo, enquanto, em paralelo, é transmitida uma mensagem de dissuasão a um Ocidente que, aos olhos do governo bielorrusso, constitui uma ameaça militar.

Em algumas das declarações feitas pelo próprio ministro Khrenin: “Este é um elemento importante de nossa dissuasão estratégica. Conforme exige o chefe de Estado, devemos estar preparados para qualquer coisa. Vemos a situação em nossas fronteiras ocidental e setentrional e não podemos observar com calma a militarização e a atividade militar. Demonstramos nossa abertura e pacificação, mas devemos sempre permanecer seguros.”

Por outro lado, cabe destacar que a notícia do envio dos mísseis Oreshnik para os exercícios mencionados seria a primeira demonstração do que o líder russo anunciou na semana passada, a saber, que seu país já não imporá limites aos locais onde seus mísseis de alcance intermediário, capazes de transportar ogivas nucleares, possam ser posicionados. Em um claro círculo vicioso, o Kremlin afirmou que tal decisão se deve ao aumento da militarização das fronteiras que tanto a Rússia quanto a Bielorrússia compartilham com membros da OTAN, enquanto países como Polônia, Lituânia e Letônia também expressam suas preocupações em relação às atividades militares russas, reagindo em consequência.

No caso específico dos mísseis Oreshnik, cabe recordar que estes já teriam sido empregados pela Rússia em combate contra posições ucranianas que defendiam a cidade de Dnipro e em resposta a uma série de ataques com mísseis ATACMS e Storm Shadow ocidentais, sendo seu lançamento realizado pelas Forças de Mísseis de Designação Estratégica da Federação Russa. Inicialmente, os dados indicavam que tal ataque havia sido feito com o uso dos mísseis RS-26 Rubezh, mas relatórios posteriores norte-americanos e até mesmo declarações do presidente Putin direcionaram o foco para os Oreshnik.

Imagens utilizadas apenas para fins ilustrativos

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