Em 2 de agosto, o Exército dos Estados Unidos anunciou o primeiro envio de seu novo sistema de mísseis hipersônicos Dark Eagle para unidades da 3ª Força-Tarefa Multidomínio (3MDTF) sediadas na Austrália. A nova arma em questão representa a primeira vez que esse tipo de arma foi enviado para fora dos Estados Unidos continentais, como parte dos exercícios Talisman Sabre 25.
Referindo-se ao envio do sistema Dark Eagle, o comandante do Comando Indo-Pacífico dos Estados Unidos, Almirante Samuel J. Paparo, declarou: “O envio do sistema LRHW (Arma Hipersônica de Longo Alcance, também conhecido como Dark Eagle) para a Austrália representa uma conquista significativa para o Comando Indo-Pacífico dos EUA, pois valida a capacidade do Exército de enviar, posicionar e exercer o comando e controle (C2) do sistema em um ambiente avançado. O exercício demonstra a capacidade do Comando Combatente de projetar poder e apoiar a defesa da Austrália, um aliado fundamental na região.”

Por sua vez, o Coronel Wade Germann, oficial responsável pela 3MDTF, declarou: “A implantação do sistema LRHW na Austrália representa um marco importante para o Exército e demonstra nossa capacidade de implantar e operar rapidamente capacidades avançadas em apoio aos nossos aliados e parceiros. Este exercício demonstra nosso compromisso com a defesa da Austrália e a segurança da região do Indo-Pacífico, e ressalta a força de nossa parceria com a Força de Defesa Australiana.”
Vale ressaltar, neste ponto, que os sistemas Dark Eagle são sistemas estratégicos superfície-superfície de longo alcance, um desenvolvimento conjunto entre a Lockheed Martin e a Dynetics. Até o momento, cada modelo consiste em um lançador TEL com dois contêineres All-Up-Round (AUR), enquanto a formação de uma bateria operacional exigiria quatro deles, além de um centro de comando e controle.

Em relação aos mísseis em particular, cada AUR consiste em um foguete propulsor de dois estágios com um veículo hipersônico denominado Corpo Planador Hipersônico Comum. O primeiro desses componentes é responsável por transportar o segundo a uma altitude e velocidade ideais, momento em que é liberado para planar em direção ao seu alvo final (que pode estar a até 2.767 km de distância), do qual se aproximaria seguindo uma trajetória errática para dificultar o abate pelas defesas inimigas.
No entanto, vale mencionar as dúvidas quanto à letalidade do sistema levantadas pelo Pentágono com base em relatórios recentes preparados pelo Escritório do Diretor de Testes e Avaliação Operacional (DOT&E). Essas dúvidas basearam-se nas diversas dificuldades que o sistema enfrentou durante as primeiras tentativas de lançamento do míssil, com até três testes fracassados apontando os lançadores como os principais culpados. A questão não é de forma alguma menor, especialmente considerando que a Marinha dos Estados Unidos está supostamente interessada em operar os mesmos mísseis adaptados para seus contratorpedeiros Zumwalt e submarinos da classe Virginia, a partir do Block V.
*Imagem da capa: Sgt. Perla Alfaro – Exército dos Estados Unidos.
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