A Força Aérea dos Estados Unidos (USAF), em colaboração com a empresa Northrop Grumman, completou um teste de qualificação em escala real do motor-foguete sólido correspondente ao segundo estágio do míssil balístico intercontinental (ICBM) LGM-35A Sentinel. O ensaio foi realizado no último dia 20 de julho nas instalações do 717º Esquadrão de Testes, dentro do Arnold Engineering Development Complex, no estado do Tennessee.
Essa avaliação técnica, conduzida em uma câmara de vácuo para simular condições de grande altitude, permitiu obter dados relevantes sobre o empuxo do motor, seu perfil de combustão e as capacidades de manobra por meio do sistema de controle vetorial de empuxo. O teste representa um marco dentro do processo de modernização da dissuasão nuclear terrestre dos Estados Unidos.


O motor de segundo estágio é um dos três segmentos que compõem o propulsor do míssil Sentinel. Esse ensaio faz parte de uma série projetada para qualificar esse estágio e validar os modelos preditivos desenvolvidos em ambientes digitais de engenharia. Segundo foi informado, os resultados serão usados para ajustar elementos de design e reduzir riscos técnicos antes da entrada na fase de produção.
Esse avanço segue-se ao teste do motor do primeiro estágio realizado em março deste ano nas instalações da Northrop Grumman em Promontory, Utah. Essa avaliação também foi utilizada para verificar o desempenho do motor e sua correspondência com as simulações digitais, estabelecendo as bases para as próximas etapas de qualificação.
A abordagem do programa Sentinel baseia-se no uso de modelos digitais para prever o comportamento do sistema, melhorar a precisão dos cálculos de desempenho e reduzir a dependência de protótipos físicos. A Força Aérea, junto com a Northrop Grumman, continuará com os testes de qualificação do segundo estágio ao longo do ano, incorporando avaliações adicionais em diferentes condições ambientais.
No início de 2024, a Northrop Grumman havia completado um teste estático em grande escala do mesmo motor de segundo estágio, também no Arnold Engineering Development Complex. Naquela ocasião, foram simuladas as condições do ambiente espacial que o míssil enfrentaria durante um lançamento. A empresa destacou que a precisão dos resultados obtidos fortaleceu a confiança no design e reduziu o risco associado ao desenvolvimento do sistema.
O programa Sentinel, no entanto, foi alvo de revisão em janeiro do ano passado, após a constatação de uma violação da Lei Nunn-McCurdy, por superar em mais de 25% os custos unitários de aquisição em relação ao orçamento legalmente estipulado. Essa situação obrigou o Departamento de Defesa a iniciar uma investigação para determinar a continuidade do projeto. Apesar disso, em 8 de julho do mesmo ano, o subsecretário de Defesa para Aquisições e Manutenção, William A. LaPlante, autorizou formalmente a continuidade do programa após concluir que o míssil Sentinel é fundamental para a segurança nacional, que não existem alternativas viáveis com as mesmas capacidades e que os custos atuais são aceitáveis mediante uma redistribuição de verbas de outros programas.
O LGM-35A Sentinel tem como objetivo substituir o atual míssil balístico Minuteman III e faz parte dos esforços dos Estados Unidos para manter e modernizar sua tríade nuclear.
*Imagem de capa meramente ilustrativa.
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