No dia de hoje, no âmbito da Feira Internacional da Indústria de Defesa (IDEF), que está sendo realizada em Istambul até o próximo dia 27 de julho, a Turquia e o Reino Unido celebraram a assinatura de um Memorando de Entendimento (MoU) entre ambos os países, marcando um dos primeiros avanços formais rumo a uma possível aquisição de 40 novos caças Eurofighter Typhoon para equipar a Força Aérea Turca. Conforme foi divulgado ontem, Ancara continua avançando nas negociações para incorporar essas aeronaves de combate após o aval concedido pelo novo governo da Alemanha.

Como parte de um processo marcado por avanços e recuos ao longo dos últimos anos, o Reino Unido e a Turquia deram um passo significativo para concretizar a exportação dos 40 caças Eurofighter Typhoon ao avançar com um princípio de acordo mediante a assinatura do referido documento, ainda pendente da formalização de um contrato que confirme oficialmente a intenção turca.

Durante a cerimônia de assinatura do MoU estiveram presentes Yaşar Güler, Ministro da Defesa Nacional da Turquia, e John Healey, Secretário de Estado da Defesa do Reino Unido, que afirmou: “Equipar a Turquia com os Typhoon fortaleceria a defesa coletiva da OTAN e impulsionaria as bases industriais de ambos os países ao garantir milhares de empregos qualificados em todo o Reino Unido nos próximos anos.”

O interesse de Ancara no Eurofighter Typhoon está relacionado à necessidade de reforçar a atual frota de aviões de combate da Força Aérea da Turquia, cuja espinha dorsal é composta pelos caças F-16 de origem norte-americana. Isso ocorre em paralelo ao avanço do desenvolvimento do caça de quinta geração KAAN, que atualmente está realizando voos de teste e avaliações, além de um recente acordo com a Indonésia para a venda de 48 unidades.

Ao mesmo tempo, a potencial incorporação do Eurofighter atende ao interesse da Turquia em contar com uma solução provisória (“stop gap”), que ocupe um espaço intermediário entre os Fighting Falcon (que, após idas e vindas com Washington, não serão modernizados ao padrão Block 70) e o futuro caça de quinta geração KAAN. No entanto, também não se pode ignorar que esse processo registrou múltiplos avanços e retrocessos, destacando-se a relutância da Alemanha em autorizar a exportação de material bélico, além do encerramento de uma linha de produção dos Eurofighter Typhoon da BAE Systems no Reino Unido.

Agora, diante de um panorama mais favorável, o Ministério da Defesa do Reino Unido informou que as negociações sobre o possível acordo com a Turquia continuarão nas próximas semanas. Embora não tenham sido divulgadas maiores informações, fontes indicaram que o valor da exportação giraria em torno de USD 5,6 bilhões. Além disso, seria o primeiro pedido de exportação do Typhoon que o Reino Unido conseguiria desde 2017.

Paralelamente, também se menciona que o acordo de divisão de trabalho do Typhoon prevê que mais de um terço (37%) de cada aeronave seja fabricado diretamente no Reino Unido, enquanto o restante de cada unidade seria produzido pelos países parceiros do consórcio Eurofighter, que também inclui Alemanha, Espanha e Itália.

O Ministério da Defesa do Reino Unido destacou que “a produção final na planta da BAE Systems em Warton incluiria radares provenientes de Edimburgo e motores de Bristol, o que ajudaria a garantir milhares de empregos no Reino Unido”, um dado relevante para a manutenção da linha de montagem final da BAE Systems em Warton, Lancashire, que, sem novos pedidos, enfrentaria o seu fechamento iminente. Esse cenário já gerou forte protesto do sindicato Unite, que acusou o governo britânico de cometer “um ato de automutilação nacional”.

Por fim, vale destacar as declarações de Jorge Tamarit-Degenhardt, CEO da Eurofighter, que afirmou, em uma declaração separada, que o memorando de entendimento “é uma notícia positiva para todas as partes envolvidas e esperamos apoiar as futuras discussões entre os governos da Turquia e do Reino Unido nos próximos meses.”

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