Com o objetivo de consolidar a interoperabilidade e fortalecer as capacidades de suas aeronaves de combate, a Força Aérea Brasileira (FAB) continua avançando na integração do sistema de enlace de dados táticos Link-BR2 em seus novos caças F-39 Gripen. Como parte desse processo, um workshop técnico-operacional foi realizado entre os dias 22 e 24 de julho no Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), sediado em São José dos Campos, estado de São Paulo (Brasil).
O encontro ocorreu no Laboratório de Guerra Eletrônica do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e reuniu pessoal especializado de diversas áreas da FAB, entre eles representantes do Comitê Coordenador do Programa de Aeronaves de Combate (COPAC), do Comando de Prontidão (COMPREP), do Primeiro Grupo de Defesa Aérea (1º GDA) e do próprio DCTA. A atividade se concentrou no fortalecimento da integração do Link-BR2 no F-39 Gripen, um passo fundamental para fornecer à aeronave uma interface confiável e eficiente para troca de informações táticas.

Durante as oficinas, foram abordados aspectos relacionados ao Conceito Operacional Link-BR2 (CONOPS), com o objetivo de alinhar suas capacidades técnicas aos requisitos estratégicos da FAB. Um dos principais focos foi a interoperabilidade entre diferentes meios aéreos de combate, permitindo que múltiplas plataformas compartilhassem dados em tempo real e operassem juntas dentro de uma única estrutura de conscientização situacional. Isto implica uma melhoria substancial na coordenação e eficácia das operações aéreas.
Nesse sentido, o Coronel Romulo Silva de Oliveira, especialista em comunicação e integrante da equipe COPAC do Projeto F-X2, ressaltou que esses avanços “marcam um avanço profissional para as equipes de combate e consolidam o Link-BR2 como uma ferramenta fundamental dentro do Comando da Aeronáutica”.

Desenvolvido pela AEL Sistemas, o Link-BR2 é uma solução tática nacional C4I (Comando, Controle, Computação, Comunicações e Inteligência), projetada para operar com segurança, confiabilidade e resiliência em ambientes complexos. Ele emprega criptografia avançada para proteger informações críticas, permitindo a transmissão de voz e dados em tempo real e garantindo que somente os nós afetados acessem a rede. Graças à sua arquitetura, ele suporta vários modos de operação e mantém sua funcionalidade mesmo em cenários de interferência ou ameaça eletrônica.
Além de sua integração ao Gripen, o Link-BR2 foi avaliado com sucesso nas aeronaves F-5M, abrindo um precedente na transição para os novos caças da FAB. Em meados de 2024, foram realizados testes de interoperabilidade entre o Link-BR2 e o sistema naval STERNA (Sistema Tático de Enlace de Radiofrequência Naval), desenvolvido pela Marinha do Brasil. Utilizando o Multi Data Link Processor (MDLP), foi estabelecida uma rede de troca de informações táticas entre um caça F-5M, estações terrestres e o rebocador de águas profundas “Tritão” na região do V Distrito Naval.
Durante esses exercícios, a capacidade do sistema de manter um Quadro Operacional Comum (COP) foi verificada, permitindo que todos os nós da rede — no ar, em terra ou no mar — compartilhassem e visualizassem as mesmas informações táticas em tempo real. Dessa forma, o Link-BR2 não só garante a comunicação segura entre aeronaves, como também se projeta como um componente central da doutrina de guerra em rede da FAB.
*Imagens usadas para fins ilustrativos.-
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