No contexto do conflito armado entre a Ucrânia e a Rússia, a Força Aérea Ucraniana relatou a primeira perda em combate de um de seus caças Mirage 2000-5, um modelo recentemente incorporado à sua crescente frota de aeronaves de combate fabricadas no Ocidente. O incidente ocorreu ontem, terça-feira, 22 de julho, durante uma missão de combate. Este é o primeiro incidente conhecido envolvendo esse tipo de aeronave desde o início da transferência de caças ocidentais para a Ucrânia, como parte do apoio da França para fortalecer suas capacidades de defesa aérea.

De acordo com um comunicado oficial emitido pela Força Aérea Ucraniana, a aeronave sofreu uma falha técnica durante uma missão de combate. “Na noite de 22 de julho, durante uma missão de voo a bordo de um Mirage 2000, ocorreu uma falha técnica nos equipamentos da aeronave, que o piloto relatou ao gerente de voo”, detalharam as autoridades. O piloto, agindo de acordo com os procedimentos de emergência estabelecidos, ejetou-se com sucesso e foi resgatado por equipes de busca e salvamento (SAR). Atualmente, seu estado de saúde é estável. Não foram relatados danos em terra nem vítimas civis. Autoridades locais descartaram a possibilidade de a perda do avião ter sido resultado de fogo inimigo.
O caça acidentado fazia parte do primeiro lote de Mirage 2000-5 transferidos pela França para a Força Aérea Ucraniana no início de 2025. A entrega inicial foi confirmada em 6 de fevereiro pelo então Ministro das Forças Armadas francês, Sébastien Lecornu, como parte de um acordo bilateral entre Paris e Kiev com o objetivo de fortalecer as capacidades defensivas da Ucrânia. As aeronaves foram recebidas por tripulações previamente treinadas na França, após vários meses de instruções específicas no manuseio e operação desta plataforma de combate de quarta geração.

Antes de sua transferência, os Mirage 2000-5 passaram por uma série de adaptações técnicas projetadas para adaptá-los ao ambiente operacional do teatro ucraniano. As melhorias incluíram a atualização dos sistemas de guerra eletrônica, a incorporação de novas contramedidas de autoproteção e a expansão das capacidades de ataque ar-superfície. Essas modificações foram baseadas no desempenho do radar mecânico de varredura Doppler RDY, capaz de detectar, rastrear e designar alvos terrestres com maior precisão do que versões anteriores, como o RDM ou o RDI.
A possibilidade de expandir a frota Mirage 2000-5 foi discutida no mês passado durante uma reunião bilateral entre os presidentes Volodymyr Zelensky e Emmanuel Macron, realizada antes da mais recente cúpula da OTAN. Na reunião, ambas as partes discutiram a possível transferência de novas unidades, bem como a viabilidade de avançar em projetos conjuntos de coprodução de drones interceptadores. Zelensky, por meio de seu canal oficial, destacou a necessidade de fortalecer a defesa aérea e expressou sua expectativa de que decisões concretas sejam tomadas durante o fórum multilateral.

Desde sua incorporação, os Mirage 2000-5 já haviam entrado em operação, participando de missões conjuntas com outras aeronaves ocidentais. Uma das implantações mais notáveis foi a queda de um míssil de cruzeiro russo Kh-101, realizada em coordenação com caças F-16. Essas implantações consolidaram os caças franceses como um componente ativo do sistema de defesa aérea da Ucrânia, contribuindo para a proteção da infraestrutura estratégica e a contenção de ameaças de longo alcance.
*Imagens usadas para fins ilustrativos.-
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