Após a recente entrega dos primeiros sistemas de artilharia HIMARS MRLS ao Exército de Taiwan, o Ministério da Defesa de Taiwan pode estar considerando levar seu programa de modernização de capacidades de artilharia um passo adiante com a aquisição de até 168 novos obuses autopropulsados M109A7 Paladin dos EUA, representando um aumento significativo em relação ao que foi projetado inicialmente em 40 unidades.
Embora um anúncio formal sobre o contrato final ainda não tenha sido feito, essa potencial aquisição faz parte da estratégia de longo prazo de Taipei para renovar completamente sua frota de sistemas de artilharia autopropulsada, a maioria dos quais tem mais de três décadas e não conta mais com o suporte do fabricante original.
Nesse contexto, o possível movimento em direção à compra do M109A7 representa uma mudança na história do programa. Em 2021, o governo Biden aprovou a venda inicial de 40 obuses autopropulsados M109A6, juntamente com 1.698 kits de orientação de precisão GPS.
Entretanto, a operação foi cancelada sem maiores explicações. Mais tarde, durante a Feira de Tecnologia Aeroespacial e de Defesa de Taipei (TADTE 2023), um porta-voz da BAE Systems confirmou ao veículo de mídia especializado Janes que a empresa havia oferecido o M109A7 ao Exército de Taiwan como alternativa. “A ROCA opera cerca de 200 M109A2 e M109A5. O serviço queria comprar o M109A6 para suas necessidades de obuses. Os EUA também aprovaram a venda de 40 M109A6 para Taiwan em 2021. Mas a venda foi cancelada por motivos desconhecidos”, disse o porta-voz na época.
Agora, este novo pacote inclui não apenas os M109A7s, mas também um número não revelado de veículos de apoio M992A3, destinados ao reabastecimento de munição no campo de batalha. Ambos os sistemas compartilham um chassi modernizado, o que facilitaria a integração logística e permitiria uma melhoria substancial na eficiência operacional das unidades de artilharia taiwanesas. Nesse sentido, se essa aquisição for concretizada, representará um dos maiores investimentos já feitos por Taiwan, com um custo estimado de US$ 2,75 bilhões.
Atualmente, a artilharia taiwanesa está equipada com mais de 400 obuses autopropulsados de vários modelos, incluindo o M109A2/A5 de 155 mm, o M108 de 105 mm, o T-69, o M44T e o M110A2 de 203 mm. Muitos desses sistemas, que usam tecnologia herdada da Guerra Fria, têm sérias limitações quando se trata de lidar com combates de alta intensidade no ambiente moderno. O obus autopropulsado BAE Systems M109A7 Paladin é um sistema de artilharia de última geração projetado para equipar o Exército dos Estados Unidos. Ele é capaz de fornecer suporte de fogo essencial em uma variedade de missões de combate; e tem a capacidade de disparar a uma taxa máxima de quatro tiros por minuto, atingindo alvos a uma distância de até 30 quilômetros.
Por fim, deve-se notar que essa expansão das capacidades de defesa de Taiwan não pode ser entendida sem considerar a crescente implantação militar da China em seu ambiente marítimo. Nos últimos dias, o Ministério da Defesa de Taiwan informou que um foguete lançado pelo Exército de Libertação Popular cruzou parte do espaço aéreo designado por Taiwan como zona de defesa. Embora o lançamento tenha sido para fins espaciais, ele reflete a crescente pressão de Pequim sobre o ambiente estratégico da ilha.
Dentro dessa estrutura, o HIMARS e potencialmente o M109A7 desempenhariam um papel central na Estratégia de Defesa de Taiwan. Ambos os sistemas permitiriam ataques de precisão contra alvos sensíveis na região, incluindo áreas costeiras no sudeste da China, expandindo significativamente o alcance e a resiliência do poder terrestre de Taiwan.
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