Confirmando especulações que surgiram em junho após um relatório da Equipe de Monitoramento de Sanções Multilaterais (MSMT) sobre a entrega desses sistemas, a inteligência ucraniana alertou que a Coreia do Norte já possui os primeiros sistemas antiaéreos Pantsir-S1 transferidos pela Rússia, afirmando que já os implantou para defender o espaço aéreo de Pyongyang. A notícia em questão foi vazada por Kyrylo Budanov, que atualmente atua como chefe da Diretoria Principal de Inteligência (GUR), durante uma entrevista de rádio com uma estação local.

Citando algumas de suas próprias declarações oficiais: “Posso dizer que, por exemplo, as primeiras instalações Pantsir S-1 já surgiram em Pyongyang (…) Eles já estão em serviço de combate lá, protegendo sua capital. E os russos estão retreinando pessoal norte-coreano, e em breve os coreanos estarão trabalhando de forma autônoma nessa tecnologia.”
Vale destacar neste ponto que com a chegada do novo sistema Pantsir S-1, a Coreia do Norte obteve um salto significativo de capacidades em relação às suas atuais capacidades de defesa aérea, que até então consistiam principalmente dos antigos sistemas S-75 e S-125M; que estão em serviço há mais de meio século. Também deve ser mencionado que, de acordo com relatórios anteriores, Pyongyang já tinha o sistema Pantsir em sua variante ME, que havia sido integrado às capacidades do novo contratorpedeiro de mísseis da Marinha da Coreia do Norte, “Choe Hyon”, e que também foi fornecido por Moscou.

Além disso, é importante destacar que a cooperação em defesa entre os dois países não se limita apenas à transferência desses tipos de sistemas antiaéreos, mas abrange uma gama muito mais ampla de equipamentos e tecnologias que a Rússia decidiu fornecer à Coreia do Norte em troca de seu apoio na invasão da Ucrânia. Em termos concretos, esse apoio norte-coreano assumiu a forma de um envio de mais de 11.000 soldados para a região de Kursk, obuses D-74 de 122 mm, canhões autopropulsados M1989 Koksan e lançadores de foguetes MRLS de vários calibres para fortalecer as capacidades de artilharia implantadas; Isso é complementado por vários lotes de mísseis e munições.
Nesse sentido, os sistemas Pantsir-S1 enviados pela Rússia se somam ao impulso significativo que se busca dar à produção em larga escala dos drones Garpiya e Geran dentro do território norte-coreano para aumentar consideravelmente o ritmo de produção daqueles que são sistemas frequentemente utilizados em combate, algo sobre o qual o próprio Budanov também alertou em junho. Além disso, foi relatado que Moscou realizou uma grande modernização dos mísseis KN-23, cuja baixa precisão foi amplamente demonstrada em combate quanto à necessidade de tal trabalho.
*Imagens utilizadas para fins ilustrativos
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