Poucos dias após o término de um dos desdobramentos mais marcantes dos porta-aviões Liaoning (CV-16) e Shandong (CV-17) da Marinha do Exército de Libertação Popular da China (PLAN) na região do Indo-Pacífico, as Forças de Autodefesa do Japão divulgaram alguns números que evidenciam as capacidades demonstradas pelo Gigante Asiático no Pacífico Ocidental.

Para contextualizar, semanas atrás, tanto o Liaoning quanto o Shandong foram desdobrados em águas próximas ao Japão e ao Mar das Filipinas como parte de missões de treinamento e adestramento de suas tripulações. O que chamou atenção nesta operação não foi apenas a simultaneidade do desdobramento dos dois navios chineses e suas escoltas, mas também o padrão incomum de navegação adotado, que os levou a operar em zonas até então pouco frequentadas pela frota de superfície da China.
Pela primeira vez, o Liaoning (CV-16) e o Shandong (CV-17) navegaram por diversas áreas, incluindo a travessia pelo Mar das Filipinas, com presença confirmada em pontos sensíveis como a passagem entre Okinawa e Miyako. Essa expansão do raio de ação dos Grupos de Ataque de Porta-aviões (CSG) da PLAN não apenas marcou um precedente operacional, como também ativou respostas de vigilância por parte das Forças de Autodefesa do Japão (JSDF), que acompanharam de perto as unidades chinesas durante boa parte do desdobramento.
Paralelamente, essas navegações foram acompanhadas por exercícios, além de decolagens e pousos de caças e helicópteros pertencentes ao Grupo Aéreo Embarcado dos porta-aviões. Como exemplo, durante o desdobramento do CV-17, o porta-aviões realizou cerca de 420 operações aéreas entre decolagens e pousos de caças e helicópteros, segundo dados divulgados por Tóquio.

Agora, um novo relatório apresentado pelas autoridades japonesas revela que os porta-aviões realizaram mais de 1.000 operações aéreas perto das ilhas japonesas desde o final de maio até o fim da navegação. O documento informa que somente entre os dias 17 e 19 de junho, foram executadas 270 decolagens e pousos de caças no Oceano Pacífico. No total, o número de decolagens e aterrissagens realizadas em águas próximas ao Japão chega a aproximadamente 1.050. Para os analistas, esse número chama atenção pelo fato de se tratar de apenas dois navios, e de menor porte em comparação com os porta-aviões dos EUA.
Nesse contexto, o ministro da Defesa do Japão, general Nakatani, declarou durante uma coletiva de imprensa: “Acredita-se que a China pretende melhorar as capacidades do Liaoning e do Shandong, ao mesmo tempo em que aumenta sua capacidade de operar em mares e espaços aéreos distantes.” Outros dados revelados pelo Ministério indicaram que, entre 8 e 16 de junho, o Shandong realizou uma média de 28 saídas diárias, enquanto o Liaoning registrou 41 decolagens e pousos de caças, incluindo 90 saídas em dois dias distintos. Estima-se que um porta-aviões americano da classe Nimitz tenha capacidade para realizar cerca de 120 saídas diárias.
Imagem de capa usada apenas para fins ilustrativos.
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