Através de uma publicação em suas redes sociais oficiais, a Marinha da China revelou imagens que mostram dois de seus porta-aviões operando além da Primeira Cadeia de Ilhas no Pacífico Ocidental, o que constitui a primeira vez em que isso ocorre. Trata-se de uma novidade importante que evidencia não apenas o crescente poderio naval do Gigante Asiático, mas também como isso lhe permite desafiar as estratégias de contenção que os EUA têm delineado na região do Indo-Pacífico.

Em particular, as imagens em questão foram acompanhadas de um breve comunicado no qual se detalha que se trata dos porta-aviões Liaoning e Shandong, que transportam alas aéreas embarcadas compostas principalmente por caças J-15. O objetivo do desdobramento, segundo manifestou o porta-voz da instituição, o capitão de mar e guerra Wang Xuemeng, foi testar as capacidades de ambos os navios para operar em mares distantes e como parte de operações conjuntas, sem ter nenhum alvo regional específico.
Em suas próprias palavras: “O treinamento rotineiro é organizado de acordo com o plano anual, com o objetivo de melhorar continuamente a capacidade da Marinha do EPL de cumprir suas missões. Está em conformidade com as leis e práticas internacionais pertinentes e não é dirigido contra nenhum país ou objetivo específico.”
A notícia também foi confirmada por relatórios das Forças Marítimas de Autodefesa do Japão (JMSDF), instituição que informou estar monitorando a passagem do porta-aviões Liaoning por águas próximas à famosa ilha de Iwo Jima, atualmente denominada Iwo Tō. A embarcação era acompanhada por uma escolta composta pelo cruzador CNS Wuxi (104), pelo destróier CNS Tangshen (122) e pelo navio-tanque CNS Hulunhu (901), todos navegando rumo ao Pacífico Ocidental. Deve-se mencionar também que, durante essa passagem, foram realizadas um total de 120 operações de voo pela força chinesa, o que gerou diversos alertas em Tóquio devido ao caráter incomum dessas atividades.
Relatórios adicionais indicavam a passagem do Shandong acompanhado por navios de escolta desde o Mar das Filipinas rumo ao Pacífico Ocidental, sendo essas embarcações detectadas a pouco mais de 340 milhas das ilhas japonesas de Miyako. Neste caso, as informações publicadas pela JMSDF apontavam uma força composta pelo próprio porta-aviões e outros quatro navios: o destróier Tipo 055 Zunyi, as fragatas Tipo 054A Yuncheng e Hengshui, complementadas por um navio de reabastecimento Tipo 905.

Retomando o mencionado nas linhas iniciais, é útil recordar que a Primeira Cadeia de Ilhas no Pacífico Ocidental costuma ser o nome dado a uma série de arquipélagos situados a leste do território continental asiático, estendendo-se do extremo sul do Japão até as águas do Mar do Sul da China que dividem a Malásia e o Vietnã. Avançando ainda mais para o interior do Pacífico, encontra-se o que se conhece como a Segunda Cadeia de Ilhas, que também parte do Japão e termina na Nova Guiné, passando pela estratégica base americana em Guam. Ambas as “cadeias” fazem parte da já mencionada estratégia de contenção dos EUA.
Créditos das imagens: @China_Navy no X
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