Ontem, a empresa Korea Aerospace Industries (KAI) anunciou, junto à Administração do Programa de Aquisições de Defesa (DAPA), que o primeiro caça KF-21 Boramae de produção entrou em sua fase final de montagem, aproximando-se ainda mais de sua incorporação futura pela Força Aérea da Coreia do Sul. A novidade foi confirmada durante uma cerimônia realizada nas instalações da empresa na região de Sacheon, pouco menos de um ano após o início da produção em série do caça e dez anos depois de Seul ter lançado o programa para desenvolver seu próprio caça supersônico.

A esse respeito, Jeong Gyu-heon, atual chefe da divisão comercial Future Power da DAPA, declarou: “Foi graças aos esforços dedicados de nossos pesquisadores e desenvolvedores que chegamos a este momento histórico de iniciar a montagem final do KF-21, que abrirá o futuro da Força Aérea da República da Coreia.” Vale lembrar que o KF-21 será a plataforma que substituirá os já obsoletos caças F-4 Phantom II e F-5 Tiger de origem norte-americana.
Quanto ao possível cronograma de finalização desse processo de montagem final, tanto a KAI quanto a DAPA não forneceram mais detalhes, embora tenham estabelecido que a Força Aérea sul-coreana receberá o primeiro exemplar em 2026. Trata-se, em princípio, da primeira unidade do lote inicial de vinte caças adquiridos por Seul por cerca de 1,4 bilhão de dólares, conforme acordo fechado em 2024. Até 2032, está prevista a aquisição de um total de 120 aeronaves.
Por outro lado, ao revisitar algumas das características técnicas do KF-21 Boramae, fontes locais relataram que se trata de uma aeronave com autonomia de 1.550 milhas náuticas e peso máximo de decolagem de aproximadamente 56.000 libras (sendo 17.000 libras de carga útil). Seu sistema de propulsão será composto por dois motores turbofan General Electric F414-GE-400K, proporcionando uma velocidade máxima estimada de Mach 1.8 e empuxo total de 44.000 libras. Essas características, somadas às suas qualidades furtivas que o colocam na categoria 4++, fazem do KF-21 um concorrente menos furtivo, mas mais econômico que os caças F-35, que dominaram as aquisições recentes de aeronaves no Ocidente.

Tanto é assim que, a partir de Seul e da própria KAI, já estão promovendo a aeronave para participação em programas de aquisição de potenciais países interessados. Entre os exemplos mais ilustrativos está o caso dos Emirados Árabes Unidos, país que originalmente buscou adquirir o já mencionado caça norte-americano de quinta geração, mas encontrou diversos obstáculos impostos por Washington no momento da autorização da venda. Outro país interessado é a Indonésia, que participou do desenvolvimento do caça por meio de empresas locais, embora nem sempre tenha cumprido seus compromissos financeiros, o que gerou dúvidas sobre o programa, apesar das declarações oficiais.
Imagem de capa: DAPA
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