Recentemente, a Força Marítima de Autodefesa do Japão (JMSDF) apresentou oficialmente seu novo canhão de trilho eletromagnético, instalado na torre do navio de testes JS Asuka, publicando as primeiras imagens do equipamento durante a visita do vice-almirante Omachi Katsushi ao navio, realizada em 9 de abril. Trata-se de um armamento desenvolvido pela Agência de Aquisição, Tecnologia e Logística (ATLA), subordinada ao Ministério da Defesa japonês, que vem trabalhando no sistema desde 2010 com o objetivo de integrá-lo tanto aos navios da instituição quanto, potencialmente, a posições costeiras.

Vale lembrar que o navio onde foi instalado o novo canhão eletromagnético, comissionado em 1995 e com cerca de 6.200 toneladas de deslocamento, faz parte do Comando de Pesquisa e Desenvolvimento da Frota (FRDC). Essa divisão, como indica seu nome, é peça-chave nos trabalhos de pesquisa, desenvolvimento e testes de novas tecnologias que podem ser incorporadas pela JMSDF para fortalecer suas capacidades. Isso ganha relevância considerando que, nas últimas semanas, observadores locais já haviam divulgado imagens do JS Asuka atracado com uma torre incomum, agora confirmada como sendo o novo armamento em questão.

Como antecedente, é importante destacar que, já em 2023, a ATLA havia anunciado que conseguiu testar com sucesso um primeiro protótipo da arma a partir de uma plataforma naval não especificada, evidenciando os avanços que fazem do Japão um dos pioneiros nesse tipo de armamento. Naquela ocasião, no entanto, observava-se o canhão de trilho em uma montagem provisória, diferente da torre finalizada que foi apresentada nos últimos dias a bordo do JS Asuka.

Embora ainda não tenham sido divulgados detalhes técnicos específicos desta nova versão, vale mencionar que, no contexto desses testes anteriores, a ATLA publicou informações que permitem especular sobre as capacidades do armamento. Segundo divulgado, o canhão eletromagnético japonês seria capaz de disparar projéteis de 40 mm a velocidades de aproximadamente 2.230 metros por segundo, o que equivale a cerca de Mach 6,5, utilizando uma carga de energia de cerca de 5 megajoules. Além disso, veículos especializados informaram que cada canhão teria uma vida útil estimada de 120 disparos sem necessidade de recarga, e que esta nova versão da plataforma poderia incorporar melhorias que permitiriam sua operação com menor consumo energético.

Nas etapas iniciais do desenvolvimento, a geração de energia suficiente a bordo de um navio para operar o canhão se configurava como um dos principais obstáculos, somando-se à necessidade de um sistema de resfriamento capaz de controlar as temperaturas do armamento quando operado em modo de disparo rápido. Por outro lado, o grande tamanho do canhão e de sua torre — devido principalmente às baterias utilizadas para alimentá-lo — também aponta para futuros desafios de instalação nos navios atuais da JMSDF, considerando que sua montagem no JS Asuka só foi possível no convés de voo situado na popa, onde há espaço para helicópteros e/ou drones. Essas dificuldades técnicas, somadas aos altos custos envolvidos, resultaram no cancelamento do programa norte-americano no início desta década.

Por fim, vale lembrar que o avanço no desenvolvimento deste novo canhão eletromagnético não beneficiaria apenas a Força Marítima de Autodefesa do Japão, mas também seus pares da Alemanha e da França. Conforme relatado em maio do ano passado, os três países avançaram em um acordo de cooperação intitulado “Diretrizes de Implementação para a Cooperação em Tecnologia Railgun”, que abriria caminho para um trabalho conjunto destinado a acelerar os prazos relacionados à obtenção desse tipo de armamento. No caso da Alemanha e da França, tal iniciativa se manifesta no desenvolvimento do sistema RAFIRA de 25 mm, liderado pelo Instituto de Pesquisa de Saint-Louis (ISL).

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